BLUE SOL PASSARÁ A OFERECER SISTEMA DE MONITORAMENTO DE CONSUMO DE ENERGIA E PREVÊ CRESCER 60%
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O mercado de energia solar tem obtido bons resultados em termos de crescimento ao longo dos últimos anos. E nesse ritmo de expansão de negócios, a Blue Sol Energia Solar prevê crescer cerca de 60% este ano. Com bons números colecionados em 2017, a companhia credita o sucesso ao investimento que tem feito no modelo de franquias. “Isto é parte essencial do nosso modelo de negócios. E pretendemos fechar o ano com 40 franquias assinadas e cerca de 25 implantadas”, afirmou o sócio e diretor de operações da empresa, José Renato Colaferro. O executivo ainda revela que a partir deste ano, a companhia passará a oferecer um sistema de monitoramento de consumo e declara ainda que a Blue Sol quer conseguir mais mecanismos de financiamento para seus clientes, melhorando a oferta de aquisição de sistemas fotovoltaicos.
O senhor poderia fazer um balanço das operações da empresa e do mercado no ano passado?
O mercado cresceu bastante no ano passado. O setor de saiu 7,7 mil conexões para 19,9 mil. Foi uma expansão bastante expressiva. A Blue Sol também cresceu: 60%. Pretendemos em 2018 alcançar uma taxa próxima de 60%.
Ao que o senhor atribuiu esses números?
O principal fator é o maior nível de conhecimento das pessoas sobre a energia solar fotovoltaica e da geração distribuída. Outra coisa que facilitou bastante foi o acesso ao crédito. Vimos que mais instituições financeiras passaram a financiar os sistemas. Antes, tínhamos menos acesso a isso por parte de nossos clientes. Então, precisamos vencer a falta de conhecimento das pessoas. Esse é o primeiro passo. Quando elas conhecem o que a energia solar fotovoltaica pode fazer, passam a buscar entender melhor sobre o assunto. O segundo principal desafio é conseguir financiar os clientes, porque o desembolso inicial de um sistema fotovoltaico para uma residência, na Blue Sol, está em torno de R$ 36 mil. E mais de R$ 100 mil para um comercial. Aquele cliente precisa se financiar para adquirir o sistema e pagar as parcelas por um valor próximo que ele economizou na conta de luz. Por exemplo, um cliente que tem uma economia de R$ 2 mil com o sistema, vai pagar entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil de parcela, que depois de alguns anos vai deixar de existir. Mas o sistema vai continuar gerando energia por um longo período de 30 anos.
A Blue Sol apostou no mercado de franquia no ano passado. Pode nos contar os resultados obtidos até então?
Isto é parte essencial do nosso modelo de negócios. As franquias são parte de uma extensão da Blue Sol local. Temos pessoas em diversas cidades da região Nordeste, Centro Oeste, Norte e também no Sudeste. Já temos 16 franquias assinadas e 9 implantadas. E pretendemos fechar o ano com 40 franquias assinadas e cerca de 25 implantadas.
O franqueado segue uma série de procedimentos e regras que um parceiro de negócio de outra forma não seguiria. O franqueado tem uma proximidade maior com a Blue Sol do que nossos antigos representantes comerciais, porque ele passa a usar a nossa marca e a seguir nossos processos. A franquia é a nossa estratégia de crescimento de negócio. Acreditamos que o fato de estarmos presentes nas principais cidades do Brasil é essencial.
Além das franquias, quais são as outras estratégias de crescimento da Blue Sol?
Nós pretendemos cada vez mais conseguir mecanismos de financiamento para nossos clientes, que melhorem a oferta de aquisição do sistema. Trabalhamos muito para criar relacionamento próximo às instituições financeiras, investidores e potenciais financiadores. Isso é uma outra forma pela qual acreditamos que vamos conseguir crescer, uma vez que cria uma linha de financiamento em nosso portfólio.
Em uma entrevista ao Petronotícias, o senhor mencionou alguns projetos futuros, como a comercialização de baterias e comercialização de softwares de monitoramento. Em que fase estão estes planos?
A comercialização de baterias ainda é um projeto, porque este produto ainda não está pronto. É uma coisa de 3 a 4 anos para estar mercadologicamente preparado para lançar. Já existem as baterias no mercado internacional. Mas para elas se tornarem viáveis para os clientes da Blue Sol (residências e pessoas jurídicas de baixa tensão), eu estimo que leve de 3 ou 4 anos. Já o monitoramento, vamos passar a oferecer a partir deste ano.
Detalhe um pouco mais o funcionamento deste software.
Hoje, qualquer sistema que nós instalamos tem o monitoramento da geração do sistema. A partir do segundo trimestre, vamos oferecer a possibilidade do monitoramento do consumo. Não será apenas possível ver o volume de consumo, mas também a forma como se consome. Em quais momentos o cliente consome mais ou menos, de que forma ele consome etc. Na Blue Sol, já temos um sistema piloto monitorando.
São vários os benefícios. Por exemplo, um supermercado poderá identificar um freezer que fica mais tempo ligado do que deveria; ou uma indústria que poderá ver como a energia está sendo consumida pelos motores. Será possível fazer diagnósticos muito mais facilmente.
Quais são as perspectivas para o mercado de geração distribuída para este ano?
Existe um forecast (previsão) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que indica que o mercado vai mais que dobrar novamente. Apesar do mercado ter crescido muito ao longo dos últimos anos, esse crescimento foi em cima de uma base quase que zero. Então, ainda temos muito poucos sistemas no Brasil. Os 19,9 mil sistemas conectados são quase que nada perante os 82 milhões de clientes consumidores de energia do País. Achamos que o Brasil tem que ter um crescimento muito maior para ter significância como país que investe em solar. Os EUA, por exemplo, têm 1,5 milhão de sistemas conectados. É uma diferença enorme. Estamos felizes pelo crescimento que tivemos, mas ainda é um mercado muito pequeno e que pode se expandir muito mais.
A Blue sol tem promovidos excelente treinamentos via WEB para capacitação em sistemas de captação de energia solar. Esses cursos, em sua maioria são caros e a Blue sol financia em 12 vezes. Acredito que a Blue Sol poderia alavancar maiores clientes nesses treinamentos via WEB se concedesse desconto financeiro aqueles que optasse pelo pagamento antecipado do curso via boleto bancário. Fica essa sugestão ao empresário José Renato Colaferro.