BNDES NEGOCIA CRÉDITOS A EMPREITEIRAS COM MAIS RIGOR

Em meio à onda de revelações de escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu aumentar o rigor de seus critérios para negociações de crédito, principalmente envolvendo grupos relacionados à Operação Lava-Jato. Muito provavelmente é também reflexo da publicação feita pela Petrobrás, que lançou um comunicado no fim do último ano alertando sobre negócios com 23 empresas, embora não tenha ficado clara a abrangência dessa sanção. O banco passou a pedir garantias não muito comuns para empreiteiras interessadas em empréstimos, o que tem atrasado alguns negócios.

O BNDES defendeu, em nota, que tem mesmo realizado uma análise rigorosa da capacidade financeira e dos projetos anteriores das empresas na hora de negociar créditos. Contudo, não foi apenas no banco público que o acesso aos empréstimos diminuiu. Com a queda das classificações das empresas envolvidas na Lava-Jato nas agências de risco, bancos privados têm sido mais cautelosos com esses grupos.

Essa não é a primeira indicação de uma atitude mais rigorosa do BNDES por conta da Lava-Jato. Há mais de um ano, o banco acertou um empréstimo de US$ 3,1 bilhões para a Sete Brasil, grupo composto pela Petrobrás e outros sócios para contratar sondas para o pré-sal. Porém, o BNDES ainda não liberou o crédito para a companhia, que busca alternativas como um empréstimo-ponte financiado por bancos comerciais para evitar uma bola de neve entre os estaleiros.