BRASBAUER APOSTA NO MERCADO BRASILEIRO DE SONDAS PARA CRESCER NA AMÉRICA LATINA | Petronotícias




faixa - nao remover

BRASBAUER APOSTA NO MERCADO BRASILEIRO DE SONDAS PARA CRESCER NA AMÉRICA LATINA

Companhia jovem fruto da joint venture entre a brasileira Brasfond e a alemã Bauer, a Brasbauer fabrica sondas de perfuração há três anos no Brasil e quer expandir seus fornecimentos para toda a América Latina. Almejando às cifras promissoras do setor de óleo e gás, a empresa surgiu para atender à demanda do mercado por equipamentos, especialmente por sondas de perfuração terrestre. O repórter Rafael Godinho conversou com o gerente técnico da Brasbauser, Rolf Pickert, que falou sobre a expectativa da Brasbauer no mercado de óleo e gás; o desafio de uma empresa recente numa área de grande complexidade; e a atual política do governo em relação ao setor, como o conteúdo local e o Repetro (regime aduaneiro especial para importação e exportação de bens para o setor de óleo e gás).

Qual é a área de atuação da Brasbauer no Brasil?

Somos fabricantes de sondas de perfuração terrestre (onshore). A Brasbauer é uma parceria entre duas empresas, uma joint venture. Uma é a empresa brasileira Brasfond (que entrou com a fábrica propriamente dita e o conhecimento do mercado) e a outra se chama Bauer, empresa alemã que detém a tecnologia de sondas de perfuração. As duas entraram com o capital.

Quando foi feita a joint venture? Qual a experiência das empresas?

A joint venture foi firmada há aproximadamente três anos. A Bauer tem grande experiência em desenvolvimento e fabricação de equipamentos para a construção civil, especificamente itens voltados para fundações especiais. Já a Brasfond é líder em execução de fundações especiais, como para grandes pontes e plataformas fixas (offshore), shoppings e estaleiros. Todas as fundações do Estaleiro Atlântico Sul foram feitas pela Brasfond.

Qual foi o objetivo da joint venture entre a Brasfond e a Bauer?

Essencialmente para atender ao setor de óleo e gás. Na realidade, as duas empresas têm as suas especialidades. Mas a Brasbauer em si foi constituída para que sejam fabricadas sondas de perfuração, atendendo às exigências de conteúdo local aqui no Brasil.

Quais os principais clientes de vocês?

Como cliente indireto, temos a Petrobrás. Como cliente direto, praticamente todas as prestadoras de serviço que trabalham para ela. É verdade que existem também operadoras independentes, cada vez mais no mercado. Sem dúvida nenhuma, também são interessantes para nós, já que vemos neles potenciais clientes. É que hoje a grande maioria das concessões, nas quais estão sendo as operadoras, são da Petrobrás. Mas a gente aposta bastante nas operadoras independentes.

Qual é a expectativa da Brasbauer quanto a aumentar o fornecimento para outras companhias?

Nossa expectativa é fornecer sondas de perfuração para a América Latina como um todo. A gente tem certa capacidade produtiva que pode facilmente ser aumentada no caso de demanda. Mas, por enquanto, o foco é Brasil.

Já tem algum planejamento para algum outro país?

Estamos divulgando nossos produtos primordialmente no Brasil. Precisamos começar num mercado e focar nesse mercado, e o Brasil é o maior dentro da América do Sul. Como estamos aqui, focamos no mercado brasileiro. Mas a gente espera que num futuro próximo possamos considerar outros países. A Argentina é um país interessante, assim como a Bolívia, o Peru, a Colômbia, a Venezuela, sem dúvida, entre outros. A propósito, já existe um equipamento da Bauer operando na Venezuela. A quantidade de reservas provadas num país e o mercado favorável são coisas intrinsecamente ligadas, mesmo levando em consideração uma série de itens. A exploração do petróleo gera demanda para nós.

Qual tem sido o maior desafio da empresa no Brasil?

Você se instalando, entrando num mercado novo, esse processo em si já é um desafio. Mas a gente está seguindo com nosso planejamento de uma forma muito tranquila. Como uma empresa de capital fechado, a Brasbauer é gerida por um conselho de administração formado por representantes das duas sócias. O percentual das cotas não é meio a meio (é quase isso), mas as decisões são tomadas todas em conjunto.

Quais são os principais produtos e serviços de vocês?

Sondas de perfuração, prestação de assistência técnica e o nosso propósito é também manter certa quantidade de peças-chave no nosso estoque, o que traz uma grande facilidade para os nossos clientes no sentido de que não precisam ter essas peças para garantir a segurança operacional no estoque deles.

Onde fica a sede da empresa?

A sede fica na capital de São Paulo, no bairro de Vila Olímpia. Temos uma filial produtiva em Guarulhos, onde também fica nossa fábrica.

Como o senhor vê as medidas do governo para setor de óleo e gás?

Acho o conteúdo local muito interessante para a economia brasileira e para a indústria brasileira. Sobre a questão dos impostos, defendo que as taxas tributárias precisariam ser revistas como um todo para a indústria. O Repetro, por exemplo, traz incentivos fiscais para a importação de equipamentos ao setor de óleo e gás, mas acho que vai na contramão do conteúdo local. Você veja bem: existe o conteúdo local, cujo objetivo é fomentar a indústria brasileira; por outro lado, ainda existe um regime que favorece a importação de equipamentos. São duas coisas que não combinam. É claro que a indústria nacional não está pronta para suprir toda a demanda da indústria de óleo e gás, logo não teria como o governo cancelar o Repetro de uma hora para outra. Mas, assim como existe o ex-tarifário para a importação de equipamentos que não são fabricados aqui no Brasil, de uma forma análoga poderiam ser retirados do Repetro equipamentos que são fabricados no país. Seria justo; mas ainda há uma incoerência. Esse item do Repetro deveria ser revisto. Não faz sentido o governo manter um incentivo para a importação de equipamentos, enquanto existem alguns sendo fabricados localmente e inseridos na política de conteúdo local.

Como foi a participação na Rio Oil & Gas 2012?

É a principal feira de óleo e gás da América do Sul. Sem dúvida, a participação foi muito importante para divulgação dos nossos produtos. Também foi uma oportunidade de conversar com parceiros, fornecedores, potenciais clientes e amigos. Enfim, é uma oportunidade muito boa para contatos como um todo. Negócios, eu acredito que não. É mais marketing.

Seria possível fazer uma comparação com a OTC?

A OTC, como maior feira de óleo e gás do mundo, certamente atrai público de todo canto. E a Rio Oil & Gas também, principalmente diante da situação em que o Brasil se encontra quanto às reservas de óleo e gás, prospecção etc. No entanto, há uma diferença interessante no conceito de feira. Na OTC, existe mesmo a possibilidade de expor (grandes) equipamentos, o que não ocorre na Rio Oil & Gas. É uma das diferenças que chamam atenção. O marketing também engloba demonstração de tecnologia. Você expor seus produtos fisicamente também é uma forma de marketing. Mas, enfim, é o conceito da feira. Sinceramente, não sei se haveria espaço para trazer equipamentos para cá, mas seria interessante.

2
Deixe seu comentário

avatar
1 Comment threads
1 Thread replies
0 Followers
 
Most reacted comment
Hottest comment thread
2 Comment authors
Rolf PickertLuiz Carlos Coelho Recent comment authors
  Subscribe  
newest oldest most voted
Notify of
Luiz Carlos Coelho
Visitante
Luiz Carlos Coelho

Gostaria de saber se fabricam sondas de perfuração de poços de agua,montado em caminhao,carro sonda,qual o preço,capacidade de carga,profundidade,e os equipamentos que acompanha,favor mandar fotos e ou videos.
Obrigado:Luiz Carlos Coelho.

fone-031-84-8880-2511

Rolf Pickert
Visitante

Prezado Luiz Carlos,
Obrigado pelo contato. A Brasbauer não fabrica sondas de perfuração para poços artesianos (somente para óleo e gás). Porém, nossa sócia Bauer tem este tipo de sonda em seu portfólio. Elas são fabricadas na Alemanha. Caso houver interesse, favor avisar para que eu informe uma pessoa de contato.
Obrigado,
Rolf Pickert
11 3028 9800