BRASIL DEIXA DE COMPRAR GRANDES VOLUMES DE ÓLEO DIESEL DA RÚSSIA E PASSA A COMPRAR DOS ESTADOS UNIDOS

Certa vez em seu programa Viva o Gordo, na Rede Globo, Jô Soares imitava a jornalista Lilian Witte Fibe, que estava no auge da fama. Ela apresentava o Jornal da Globo, tarde da noite. Jô, então, fazendo uma paródia, fez um quadro onde a personagem  “Lilian Bife Quibe” ligava para o então presidente Fernando Henrique Cardoso e dizia.. “ Bem, eu hoje liguei para o Presidente Fernando Henrique Cardoso que… Não quis me atender…”  É exatamente isso o que está acontecendo com os interlocutores brasileiros que tentam negociar a tarifa de 50% imposta às vendas brasileiras para os Estados Unidos. Ninguém atende. A decisão está apenas nas mãos do presidente Donald Trump, que está sendo desafiado pelas ofensas diárias do presidente Lula, em cada evento que participa, além de ser

Em público, Lula  quer parecer que tem poder sobre Trump, tentando ridicularizar o presidente americano

confrontado nas reivindicações que fez diretamente ao Supremo Tribunal Federal, especificamente ao ministro Alexandre de Moraes. Não há hipótese de flexibilidade americana se Moraes não mudar o seu comportamento em relação ao ex-presidente Bolsonaro. Moraes continua lutando contra os fatos, os depoimentos, que, tecnicamente dentro do justo direito,  não conseguirão levar  o ex-presidente para onde ele e mais alguns outros ministros querem:  a prisão.

A cada dia que passa, o 1º de agosto chega. E já será na próxima semana. Trump já pôs em prática o primeiro castigo a  alguns ministros, proibindo a entrada deles e de familiares nos Estados Unidos. E não tem nada de ferimento a  soberania nisso. A casa é dele, entra quem ele quiser. A pressão dos 32 países da OTAN anunciando um pênalti de 100 % nas tarifas para os países que tiverem qualquer relação comercial com a Rússia se a guerra com a Ucrânia não acabar em cerca de 40 dias, 1º de setembro. O Brasil, através das empresas privadas Vibra, Raízen e Ipiranga entre outras menores, importavam a preços baratos o óleo diesel da Rússia. Com esta espada apontada para seus bolsos, transferiu as compras para as refinarias dos Estados Unidos. E, a partir de agora,  a América  volta a ser o maior fornecedor de diesel para o nosso mercado. Claro, com preços maiores, mas não tanto se trouxesse da Arábia Saudita, por exemplo. Segundo a ANP, os Estados Unidos responderam por 45% do diesel importado pelo Brasil entre os dias 1° e 21 de julho. A Rússia foi responsável por 35%. Em 2024, segundo dados do setor e do governo, a Rússia garantia mais de 60% do diesel importado pelo Brasil. Os Estados Unidos ampliaram sua relevância no fornecimento não apenas de diesel, mas também de gás de botijão e de gasolina, aponta o relatório da ANP. No primeiro caso, foi responsável por 75% das importações brasileiras. No segundo, por 15,7%.

Não há coordenação em nada. Lula, fica xingando e ofendendo o presidente americano. Alexandre de Moares quer mostrar que é não subserviente e vai em direção contrária às exigências de Trump para negociar tarifas. O mundo inteiro já negociou ou está prestes de concluir as conversações antes do dia 1º de agosto. O Brasil é o país que tem as maiores tarifas, mas é quem  tem o único governo que está dando  murro em ponta de faca, se achando mais forte do que os Estados Unidos e a sua economia. Os reflexos já chegaram. Seja na produção de carne, sucos de laranja, café, pescados, frutas, aviação. As ações da Embraer, desde o dia 10 de julho, estão em queda livre. Perderam quase ¼ de seu valor e continuará caindo, mesmo tendo um ótimo produto de venda.  O Brasil vai começar a fechar empresas e empregos. Nem tudo está na mão do governo, mas na dos ministros do supremo que já condenaram Bolsonaro antes do julgamento e que ainda mantem dezenas de pessoas encarceradas, mesmo sem as evidencias contundentes de um golpe de Estado.

Dentro de todas essas variáveis, um grupo de senadores  brasileiros  desembarcarão neste fim de semana em Washington, nos EUA. O objetivo é tentar reverter o tarifaço. A missão é oficial. Ela chega num fim de semana de folga e ainda com o senado norte americano entrando em  recesso de férias de verão no hemisfério norte. Sim, isso mesmo. Quem serão os interlocutores da comitiva brasileira? O governo americano? Não. Parlamentares americanos? Não. “lideranças empresariais”, sabe-se lá quem seja.  A liderança da comitiva é de senadores petistas. A Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos está tentando ajudar, mas todos sabem que efetivamente não vai adiantar de nada. Vão parecer que estão trabalhando mas, na realidade,  sem mover uma palha.

A avaliação de representantes do setor produtivo que participaram de diversas reuniões com o governo é unânime: a tarifa é insustentável e inviável para a indústria e o agronegócio nacional. A falta de interlocução entre Brasília e Washington é o grande desafio a ser superado. Entre membros do alto escalão, até o momento, houve apenas uma conversa, de 50 minutos, entre o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick( foto a esquerda). Apesar desse contato, o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admite dificuldades para dialogar com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. Lutnick conversou quase meia hora com Alckmin, que disse ter ficado satisfeito. Lutnick, no entanto, repetiu o que todos estão carecas de saber: a decisão está apenas com o Presidente Donald Trump, que não quer conversa. Quer ação.