BRASIL E PARAGUAI RETOMAM DISCUSSÕES PARA UM ACORDO SOBRE A VENDA DE ENERGIA DE ITAIPU
Brasil e Paraguai retomaram nesta terça-feira (20) as negociações sobre a utilização de energia na usina hidrelétrica de Itaipu, depois de toda confusão sobre preços da energia que quase termina com o impeachment do presidente paraguaio. As negociações estão sendo feitas em Brasília, com a participação da Administração Nacional de Energia (ANDE) e a Eletrobrás. O acordo anterior foi anulado depois de uma denúncia da imprensa paraguaia de que membros do governo aceitaram termos lesivos ao Paraguai. O novo presidente da ANDE, Luis Villordo, prometeu o máximo de transparência, com a publicação de todos os detalhes da negociação no site da entidade. A prioridade dos paraguaios é aumentar o nível de energia excedente da usina contratada pelo Paraguai. Gerada a partir do excesso de chuvas em Itaipu, esse tipo de energia é mais barato do que a garantida. Pelo acordo de partilha assinado quando a usina foi construída, o Paraguai tem de ceder uma parte ao Brasil para quitar os custos de construção da hidrelétrica binacional.
Pela denúncia que mobilizou o Paraguai, um assessor da vice-presidência teria pressionado a ANDE para vender energia para a empresa brasileira. Isso colocou o presidente Benítez sob risco de impeachment. Logo após as denúncias, o governo do presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido do Senado paraguaio para cancelar o acordo. Agora tudo voltará a ser discutido para que os dois lados sintam equilíbrio na venda de energia. Nos últimos anos, pelo fato de o consumo de energia do Paraguai ser relativamente pequeno e em consequência de um acordo assinado entre os ex-presidentes Lula e Fernando Lugo, que dá ao país vizinho prioridade no uso da energia mais barata, o Paraguai aumentou os índices de contratação de energia excedente, o que é visto como injusto pelo Brasil, que acaba subsidiando o custo da energia para o Paraguai.
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