BRASIL INVESTIU QUASE R$ 8 BILHÕES EM PCHs NOS ÚLTIMOS OITO ANOS, MAS TEM POTENCIAL PARA MAIS 30% DESSE VALOR
Mesmo passando por um longo período de entraves e de dificuldades para obtenção de licenciamento ambiental, o setor de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) aparece como uma tendência viva e forte no setor de geração de energia renovável e de menor impacto. Apenas nos últimos cinco anos, foram investidos cerca de R$ 7,9 bilhões para a construção de 113 novos empreendimentos no Brasil. Ao todo, entraram em operação entre os anos de 2018 e 2022, 63 PCHs, totalizando a geração de 799 megawatts (MW) de potência e 50 CGHs, com a geração de 103,31 MW de potência.
Os investimentos representativos poderiam ser ainda maiores, porque o Brasil tem potencial para expandir a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas em até 13.700 megawatts. Um aumento em aproximadamente quase 300%. Pelo menos é o que revela a presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Alessandra Torres de Carvalho: “O aumento dos investimentos em PCHs e CGHs deverá reduzir as tarifas e eliminar futuras bandeiras tarifárias”. Ela explica que, com um maior investimento é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, fazendo com que o Brasil produza uma energia mais limpa e mais barata.
O setor de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) do Brasil espera que a construção de novas unidades avance ainda mais a partir de 2023, com empreendimentos já outorgados, que aguardam licenciamento ambiental para início da obra, e de projetos registrados e aceitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Apenas com os incentivos da Lei de capitalização da Eletrobrás, que condiciona o processo de desestatização da companhia à contratação de no mínimo 50% da demanda para PCHs até que seja atingida a marca de 2 mil MW, já seria possível aumentar em 30% o número de pequenas usinas no Brasil. A ABRAPCH estima que haja um potencial de investimentos de R$ 131 bilhões no setor.
Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawats (MW) de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país, com a possibilidade de instalação de outras 2.013. Apenas na região Sul, existem atualmente 407 PCHs e CGHs em operação, com potencial para outros 828 projetos. Já na região sudeste existem 348 pequenas usinas em operação e a possibilidade de instalação de outras 512. No Centro-Oeste estão 182 pequenas usinas geradoras de energia, com potencial para outras 561. No Nordeste estão operando 50 PCHs ou CGHs e 114 locais seriam aptos para instalação. Já na região Norte do país estão em operação 59 usinas, com potencial para outras 108, com baixo impacto ambiental. Ademar Cury, vice-presidente da associação, diz ser fundamental atender a demanda pela geração de energia de fonte hídrica, com distribuição de investimentos e empregos pelo país, trazendo os benefícios ambientais, sociais, econômicos e energéticos que as PCHs representam: “Vamos reforçar a pauta da necessidade de uma maior isonomia tributária e de incentivos em relação às outras fontes, para a viabilização comercial dos projetos disponíveis.”
Sempre foi um potencial importante, geográficamente distribuído, socialmente inclusivo quando comparado com outras fontes, tecnoligia 100% nacional, muitos empregos e renda complementar de centenas de milhares de pequenos invesdidores….Agora com a crise europeia de energia ainda mais importante.