BRASIL NÃO VAI RECEBER CARTA DOS ESTADOS UNIDOS NEGOCIANDO TARIFAS. TRUMP DISSE QUE JÁ COLOCOU AS SUAS EXIGÊNCIAS
O governo brasileiro vai continuar esperando uma resposta às suas cartas enviadas ao governo dos Estados Unidos mostrando indignação e pedindo negociação para as tarifas de 50% impostas ao Brasil a partir de 1º de agosto. Ontem mesmo, no início da noite aqui no Brasil, Donald Trump voltou a deixar claríssimo como cristal a sua posição e que, ao que parece, não vai mudar, a menos que o governo brasileiro entenda a sua mensagem. “A nossa carta é a negociação. Do, 30, 15 por cento para alguns. Para o Brasil, por estar perseguindo o ex-presidente Bolsonaro, um homem bom que só quer o bem para o seu povo, 50%.” Parece bem compreensível para todos o que ele quer. Se não houver um recuo nas ações do Supremo Tribunal Federal nas ações que Trump considera caça às bruxas, não haverá recuo. E o país, a nossa economia, nossos empresários e a nossa população vão pagar caro por isso.
Para o governo norte americano, os três sinais dados pelo Brasil foram péssimos. O primeiro, de Alexandre de Moraes. No dia seguinte a carta de Trump, ele determinou a empresa norte-americana Rumble, não estabelecida no Brasil, que enviasse o perfil do jornalista Rodrigo Constantino, naturalizado americano, sem os trâmites legais para este tipo de procedimento. E ainda passou a multar desde domingo (13) a Rumble em R$ 100 mil reais por dia. A conta até agora já está em R$ 500 mil. A mensagem que ele quis passar quase foi a mesma da Janja para o Elon Musk, quando ela disse: “ Não tenho medo de você, Elon Musk. Fuck you.” Há de concordar neste caso, que Moraes foi mais educado. Mesmo assim, mostrou o número do sapato que ele calça para o presidente Trump. Pelo menos, no caso, o número que ele acha que calça. Não é qualquer arco e flecha que se sente em condições de enfrentar o homem mais poderoso do mundo.
A outra mensagem brasileira, veio poucos dias depois e direto de outra pessoa que acredita calçar um outro sapato grande: o procurador geral da república Paulo Gonet. Ele, certamente, leu a carta do presidente dos Estados Unidos quando se referia a perseguições sobre o ex-presidente Bolsonaro. Mesmo assim, entre as cinco acusações que fez pedindo uma condenação de Bolsonaro, pelo menos três são difíceis de provar: golpe de Estado, prejuízo ao patrimônio público (Bolsonaro estava na Flórida) e Golpe armado, pelas mesmas razões e ainda porque não foram armas nas depredações.
O terceiro fator foi estratégico. Lula, que xingou, desafiou, disse que exigia respeito de Trump e que não tinha medo de cara feia, passando para o sarcasmo das jabuticabas, deixou a responsabilidade de conversar com os empresários com Geraldo Alckmin e ainda a tarefa de assinar a carta da indignação pedindo acordo para o seu vice-presidente. Justo ele, que representou o Brasil na posse do presidente do Irã e ficou sentado ao lado de quatro líderes terroristas financiados pelos iranianos. O governo americano recebeu todas as mensagens subliminares e continua a endurecer nas ameaças das sanções. Além de propor mais 100% em caso de Putin não parar a guerra, determinou que a seção 301 faça uma investigação nos detalhes nas ações comerciais com o Brasil.
As primeiras consequências para o empresariado e as consequências demissões de trabalhadores já começaram antes mesmo do dia 1º de agosto. Isto por causa do planejamento das atividades econômicas com vistas à venda para o mercado americano. Se não houver humildade no STF e no governo Lula, o Brasil, que tem o maior rebando do mundo, verá todo ele no brejo. Não é difícil perceber isso. Os americanos estão mostrando a doença e o remédio de cura. Não basta apenas fingir que eles não querem negociar. Trump mostrou o que ele quer nesta negociação. E é bom correr para salvar empresas e emprego e evitar o caos na nossa economia e para a sociedade.
A produção de carne vendida para os Estados Unidos foi suspensa por frigoríficos do estado do Mato Grosso do Sul. Pelo menos quatro frigoríficos paralisaram a produção: JBS, Naturafrig, Minerva Foods e Agroindustrial Iguatemi. As informações são do governo do estado e do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems). Segundo a entidade, a produção nacional continua normalmente. Por enquanto. A justificativa para a suspensão da produção é logística: as empresas querem evitar que produtos não vendidos por conta do tarifaço se acumulem. A taxa de 50% torna inviável a venda de carne. As carnes enviadas aos EUA demoram cerca de 30 dias para chegar aos Estados Unidos.
A outra consequência foram os 40 contêineres de pescados que tiveram que ser desembarcados. A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABIPESCA) está realizando reuniões estratégicas em Brasília com representantes do governo federal e de outros setores produtivos, em busca de uma solução urgente para reverter os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Eduardo Lobo, presidente da ABIPESCA, disse que “Não temos plano B. O setor de pescados depende quase que exclusivamente do mercado norte-americano para exportação. O mercado interno não é capaz de absorver tamanho volume. Precisamos que o pescado seja tratado com excepcionalidade e seja removido da lista de taxação.”
Hoje, mais de 70% das exportações brasileiras de pescado têm como destino os Estados Unidos, e a continuidade da taxação compromete diretamente a subsistência de mais de 20 mil trabalhadores da indústria e quatro milhões de brasileiros que dependem da cadeia produtiva pesqueira, além de representar um dos pilares fundamentais da segurança alimentar. “Sem exportação, as indústrias que empregam mais de 20 mil funcionários irão enfrentar sérias consequências que podem ensejar demissões em massa. O mercado europeu, que poderia ser uma alternativa, está fechado para o pescado brasileiro desde 2017″.
Outro fator que deve ser levado em consideração são as especificidades da atividade de pesca que impactam ainda mais na gravidade da situação. Como, por exemplo, os períodos de Defeso e o amplo ambiente regulatório ao qual o setor está submetido. Diante da gravidade do cenário, a ABIPESCA solicita ao governo brasileiro que atue junto aos Estados Unidos pela imediata exclusão dos pescados da medida ou, na impossibilidade de reversão imediata, que seja prorrogado por no mínimo 90 dias o início da taxação, para que o setor possa buscar alternativas e evitar o colapso iminente.”Não somos concorrentes do mercado americano. Somos um complemento artesanal, que chega com qualidade superior e depende dessa exportação para sobreviver. Uma tarifa de 50% representa o colapso de milhares de sonhos e compromissos já assumidos“, reforçou o presidente da entidade.
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