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BRASIL PRECISA APROVAR NOVAS USINAS NUCLEARES COM URGÊNCIA, APONTAM EXECUTIVOS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Executivos da Eletronuclear defenderam nesta quarta-feira (21), em evento no Rio de Janeiro, a importância de novas usinas nucleares para o futuro da matriz energética brasileira e ressaltaram que as decisões precisam ser tomadas o mais rápido possível. Três membros do alto escalão da estatal apresentaram a jornalistas, em curso promovido pela Abdan, a necessidade de novas unidades termonucleares para complementar a energia de base – que não depende de fatores sazonais, como sol, vento e clima – do país.

O engenheiro Carlos Henrique Mariz (foto), assistente sênior da presidência da Eletronuclear, afirmou que as previsões do setor energético indicam a urgência da aprovação de novos projetos para garantir o atendimento à demanda futura.

Ele aponta que o esgotamento da capacidade de geração de energia a partir de fontes hídricas no Brasil deva ocorrer até 2025, no entanto as formulações do plano energético do país precisam ser antecipadas.

“Até lá, são 12 anos. Isso é ‘agora’ em termos de planejamento, então as decisões precisam ser tomadas hoje. Quem sustenta um sistema elétrico são as energias de base e de ponta, o que não engloba eólica, solar e biomassa, entre outras, que são intermitentes”, ressaltou.

O diretor técnico da Eletronuclear, Luiz Soares, falou sobre as vantagens do Brasil no setor, já que o país possui grandes reservas de urânio e domina o ciclo completo do combustível. Além disso, destacou a competitividade da fonte nuclear em relação às outras termelétricas.

“Toda vez que o ONS [Operador Nacional do Sistema] precisa disparar uma térmica, ele opta primeiro pela nuclear, porque é a mais barata”, afirmou.

Soares fez ainda um alerta para a necessidade de novos projetos para a qualificação de mão de obra, que vem sendo uma dificuldade do setor, devido ao grande espaço de tempo sem a construção de usinas: “O nosso grande problema hoje é na área de recursos humanos”, disse.

O engenheiro Drausio Atalla, supervisor da presidência da Eletronuclear, também apontou a importância de novas unidades no plano nacional de energia, destacando que, se a aprovação for dada este ano, a usina só entraria em operação por volta de 2022, sem contar com a possibilidade de atrasos e embargos judiciais, como os que têm postergado a conclusão de Angra 3.

Os três executivos citaram um estudo recente desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, que traça três cenários de crescimento da demanda energética do país até 2040. De acordo com o documento, no quadro de menor desenvolvimento, o Brasil precisará de pelo menos oito novas usinas nucleares até lá, enquanto que com um crescimento acentuado do consumo seriam necessárias até 23 novas unidades.

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