BRASIL TERÁ DIFICULDADES DE VENDER AÇO E ALUMÍNIO PARA OS ESTADOS UNIDOS DEPOIS DE TARIFAS DE 25% DE SEU MAIOR COMPRADOR
Com a promessa cumprida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o aço e alumínio exportados pelo Brasil também serão taxados em 25%. Tudo o que as nossas siderúrgicas não queriam. O mercado americano é o maior para o aço brasileiro. A Gerdau não sofrerá tanto, porque ela tem unidades produtoras dentro dos Estados Unidos. A próxima jogada agora será a do presidente Lula, que teve uma conclusão simplista, mas perigosa: “se Trump taxar, nós taxamos aqui”. A Colômbia, o México e Canadá tiveram esse mesmo pensamento de Lula, mas a realidade superou as bravatas dos três principais líderes dessas nações. O presidente americano determinou uma taxa de 25% sobre todos os produtos colombianos, mexicanos e canadenses. No final, tudo terminou na mesa de negociação. De um lado, Trump impôs suas exigências e, em troca, suspendeu por um período de 30 dias a taxação contra os três países.
As usinas que operam no Brasil, como as multinacionais Ternium e ArcelorMittal, e ainda a Usiminas tendem a ser as mais afetadas pela aplicação de tarifas. Metade das operações da Gerdau, está nos Estados Unidos. Sobre a Usiminas, entre 80% e 90% das vendas são destinadas ao mercado brasileiro e, do volume que é exportado, cerca de 20% seguem para o mercado americano. A tendência, acredita o mercado, vai forçar uma queda de preços em alguns tipos de aço. Na indústria de alumínio, o impacto sobre a CBA seria limitado, já que 80% de suas vendas ficam no mercado brasileiro.
A relação de Lula e Trump não é boa. Durante a eleição, o presidente brasileiro, apoiando a adversária do então candidato Trump, o chamou de nazista. Com telhado de vidro, apoiando ditadores internacionais e grupos terroristas no oriente médio, apoiando os inimigos israelenses e americanos, o Brasil muito provavelmente sofrerá sanções econômicas ainda mais fortes. O tempo dirá. Outra sanção contra o Brasil é a decisão de romper o acordo para auxiliar o país a lutar contra incêndios florestais. Os Estados Unidos mandavam aviões especiais e grupos treinados para apagar o fogo nas matas. Daqui pra frente, esta ajuda não virá.
Na América, a decisão de taxar o aço internacional foi uma boa notícia para as siderúrgicas americanas, incluindo aí o Grupo Gerdau, que produz aço em suas unidades instaladas em dois estados americanos. As medidas estão sendo bem-vindas pelos produtores de lá, que estão lutando para competir com importados mais baratos. Os produtores mexicanos e canadenses, que também exportam aço e alumínio para os Estados Unidos, ficarão quietos, assim como os brasileiros devem ficar. Uma retaliação às exportações dos EUA, bem como resistência das indústrias americanas que usam metais para fazer carros, embalagens de alimentos e outros produtos, não deverá acontecer. Esses setores enfrentarão preços significativamente mais altos depois que as tarifas entrarem em vigor.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) acompanha com atenção os desdobramentos sobre a taxação de 25% nas exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos, anunciada na noite desta segunda-feira, 10/2, pelo presidente Donald Trump.
É importante ressaltar que, por se tratar de uma taxação aplicada a todas as economias e não exclusivamente ao Brasil, o cenário colocaria os países em condições de concorrência mais equilibradas. Mas tudo depende das negociações bilaterais entre o país norte-americano com o Brasil.
O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destaca que a expectativa é de que o Brasil tenha uma oportunidade em obter uma vantagem competitiva, uma vez que a indústria brasileira complementa a americana. “Assim como ocorreu no primeiro mandato do presidente Donald Trump, entendemos que pode haver algumas concessões em função da complementariedade das duas indústrias. Grande parte das nossas exportações são de produtos semielaborados, que passam por processos de industrialização em empresas norte-americanas, muitas delas coligadas a companhias brasileiras. Isso pode ser um fator favorável para que o Brasil não saia machucado dessa situação”, afirma.
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