BRASKEM REGISTROU PREJUÍZO LÍQUIDO DE R$ 267 MILHÕES NO SEGUNDO TRIMESTRE DO ANO
A Braskem registrou prejuízo de R$ 267 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 93% em relação ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA recorrente somou US$ 74 milhões (R$ 427 milhões), 67% abaixo do registrado no primeiro trimestre deste ano. Segundo a companhia, o resultado foi afetado pela redução dos spreads de polietileno (PE) e PVC no mercado internacional e pelo efeito dos estoques, impactados por matérias-primas adquiridas anteriormente, em um período de preços mais altos.
A geração de caixa operacional foi negativa em R$ 175 milhões, mas representou uma redução de R$ 761 milhões no consumo de caixa na comparação com o primeiro trimestre. De acordo com a petroquímica, essa melhora é atribuída à menor variação no capital de giro, explicada principalmente pelos menores custos de produtos acabados e matérias-primas, além de esforços para otimizar os níveis de estoque.
“Os resultados evidenciam a necessidade de continuarmos focados na resiliência e higidez financeira, além de implementarmos iniciativas táticas que mitiguem os impactos do momento da indústria química no Brasil e de ações que ajudem a perpetuar o nosso negócio”, afirma o CEO da Braskem, Roberto Ramos.
No cenário setorial, a indústria química brasileira operou com um nível de ociosidade de 38% no primeiro trimestre de 2025 — o pior patamar dos últimos 30 anos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). “O segundo trimestre foi muito desafiador. A indústria química é um setor estratégico e essencial para a economia brasileira, mas atualmente opera com o maior nível de ociosidade da história, sendo desafiada pela sua estrutura de custos e pela crescente competição global”, acrescenta Ramos.
MERCADO PETROQUÍMICO
Os spreads de PE e de químicos na América do Sul foram superiores aos do trimestre anterior, impulsionados principalmente pela menor oferta no mercado norte-americano e pela volatilidade nos custos das matérias-primas internacionais.
No Brasil, o spread de polipropileno (PP) cresceu 17% em relação ao primeiro trimestre, puxado pela queda nos preços da nafta, resultado da redução no preço do petróleo. A melhora também reflete a instabilidade geopolítica e o aumento da oferta global com a retomada gradual da produção. Já o spread dos químicos subiu 5% no período, com destaque para a queda de 14% no preço da nafta, que compensou a redução no valor dos principais químicos.
Nos Estados Unidos, o spread de PP permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, enquanto na Europa houve alta de 7%. No México, o spread de PE caiu 12%, reflexo da queda no preço do produto nos EUA, em um contexto de menor demanda diante das incertezas sobre tarifas de importação. A Braskem também reportou um crescimento de 26% nas vendas da resina I’m Green bio-based em relação ao 1T25, impulsionado pela maior demanda de clientes atuais e novos.
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