BRASKEM TEM PREJUÍZO NO QUARTO TRIMESTRE E DESISTE DE PARTICIPAR DO COMPERJ

A Braskem anunciou um prejuízo líquido de R$ 24 milhões no quarto trimestre de 2014. O resultado negativo no período levou a empresa a afirmar que o cenário de curto prazo é de cautela no mercado petroquímico. Como primeira medida, o presidente da Braskem, Carlos Fadigas (foto), declarou que desistiu de participar do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), preferindo expandir sua produção em seu parque de Duque de Caxias.

A empresa também negocia com a nova administração da Petrobrás um terceiro aditivo ao contrato de fornecimento de nafta para a petroquímica. Fadigas afirmou que assinar um novo aditivo é uma meta realista e possível, já que já foram feitos dois aditivos de seis meses. Esta seria uma solução mais simples até a nova equipe “se familiarizar com o assunto”.  O contrato atual de fornecimento de nafta vence no final deste mês.

A Petrobrás vem usando nafta de suas refinarias para produzir gasolina, motivo pelo qual passou a importar o insumo para atender a Braskem, tentando repassar o custo à empresa. A postura da estatal vem sendo criticado pela petroquímica, que afirma que não há condições da indústria química ter condições de absorver este custo. “O setor não foi construído para operar com matéria-prima importada”, conclui Fadigas.

Em números, a operação das centrais da empresa alcançou uma taxa de utilização média de 86% no último ano, uma queda de 4% frente ao ano de 2013. A demanda brasileira por resinas (PE, PP e PVC) também teve queda, essa de apenas 1%, em 2014.

Entretanto, nos Estados unidos e Europa, as vendas de PP da Braskem atingiram 1,9 milhão de toneladas, alta de 4% em relação a 2013. O bom comportamento dos setores automotivo, industrial e bens de consumo, refletindo a recuperação da economia norte-americana, foi o grande responsável pelo crescimento.

A receita líquida da Braskem em 2014 fechou em R$ 46 bilhões, aumento de 12% nos valores alcançados em 2013. A empresa declarou que a depreciação do real, a recuperação dos preços das resinas a nível global e o maior volume de vendas em sua unidade Estados Unidos e Europa foram os grandes responsáveis pelo alto valor.