BRIGA DIPLOMÁTICA ENVOLVENDO O QATAR GERA TENSÃO NO SETOR MUNDIAL DE GÁS NATURAL
Questões diplomáticas que estão mexendo com o Oriente Médio também podem reverberar no setor mundial de gás natural. Seis países (Líbia, Iêmen, Egito, Arábia Saudita, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos) cortaram relações com o vizinho Qatar, um dos maiores vendedores de gás natural liquefeito (GNL) do globo.
O grupo de nações acusa o Qatar de apoiar grupos terroristas, como o Estado Islâmico (EI) e a Al-Qaeda. Sendo que a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Egito e o Bahrein disseram que cortariam todos os laços, incluindo ligações de transporte de gás com o vizinho.
O Qatar conseguiu, por meio de parcerias com empresas como Exxon Mobil, Shell e Total, construir grandes infraestruturas para a refrigeração do gás natural em forma líquida. A nação também divide com o Irã o maior campo de gás natural do mundo no Golfo.
Poucas horas depois do início da crise diplomática, os Emirados Árabes Unidos proibiram todos os navios que chegam do Catar de usarem seu ponto de ancoragem de Fujairah. Seis embarcações de GNL do Qatar estão atualmente ancoradas no local e podem ser deslocadas de lá conforme os desdobramentos. Para se ter ideia da dependência em relação ao gás do Qatar, os Emirados Árabes Unidos consomem 1,8 bilhão de pés cúbicos por dia de gás natural vindo do país vizinho.
Em termos de petróleo, a crise diplomática pode não gerar tantos impactos, visto que a produção do insumo do Qatar não é tão expressiva. A preocupação maior é geopolítica, de forma a pensar como a ruptura pode prejudicar o acordo de corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (do qual o Qatar também faz parte).
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