BUNKER ONE VISLUMBRA POSSÍVEIS NOVOS INVESTIMENTOS PARA ATENDIMENTO DE FUTURA DEMANDA NA MARGEM EQUATORIAL
A comercializadora de combustíveis marítimos Bunker One concluiu um importante ciclo de investimentos no Brasil e já está de olho em novas oportunidades de crescimento. Segundo o diretor comercial da empresa no país, Filippe Fernandez, a estratégia de verticalização, iniciada em 2018, trouxe ganhos expressivos em eficiência e segurança das operações, especialmente após a aquisição da embarcação Dona Isa – que passou a integrar a frota da Nova Offshore, subsidiária da multinacional dinamarquesa. Falando sobre futuro, Fernandez vê a Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, como uma nova fronteira de oportunidades. “Vemos um potencial significativo de crescimento na Bacia da Foz do Amazonas, onde já estamos fornecendo para a atividade de sísmica, que é o primeiro elo da cadeia do upstream. Existe a possibilidade de novas atividades naquela região, tais como campanhas de perfuração e a produção de óleo e gás propriamente dita”, projetou. O executivo falou ainda sobre como vê o biodiesel brasileiro como uma solução promissora para a descarbonização da indústria marítima.
Falando sobre a verticalização da empresa, poderia nos explicar o que motivou esse movimento?
A Nova Offshore está no grupo Bunker One desde 2018. Durante quatro anos, dependemos de empresas de navegação que prestavam serviços de barcaças e rebocadores para levar combustível aos nossos clientes. Em 2018, decidimos que era hora de elevar o nosso nível, atendendo a uma demanda tanto da Bunker One quanto dos clientes. Também percebemos a necessidade de ter controle da operação para melhor atender nossos clientes. Foi então que decidimos iniciar o movimento de verticalização.
Quais foram os resultados alcançados?
Os benefícios foram imediatos: aumentamos a qualidade e a segurança, e o resultado foi rápido. Desde 2019, adicionamos novas barcaças à frota e crescemos de quatro a cinco vezes em termos de volumetria, tanto na operação no Rio de Janeiro quanto em outras regiões.
Olhando para o mercado brasileiro, como estão as perspectivas de negócios no país?
O país está passando por um momento especial, o que representa uma oportunidade de crescimento. Recentemente, concluímos um ciclo de investimentos, incluindo a aquisição da embarcação Dona Isa. Passamos a contar agora também com dois navios-tanque. O primeiro deles começou em setembro do ano passado uma parceria com a Acelen, na Baía de São Marcos. Além disso, há cerca de um mês, também iniciamos operações em Sepetiba com o segundo navio-tanque, que tem capacidade entre 15 e 16 mil toneladas, focado no atendimento ao eixo Sudeste. É um mercado com um potencial grande e, por isso, temos o desejo de colocar mais ativos nessa região.
Há planos para novos investimentos?
Estamos sempre olhando para novas alternativas de investimentos. Vemos um potencial significativo de crescimento na Bacia da Foz do Amazonas, onde já estamos fornecendo para a atividade de sísmica, que é o primeiro elo da cadeia do upstream. Existe a possibilidade de novas atividades naquela região, tais como campanhas de perfuração e a produção de óleo e gás propriamente dita. Trata-se de uma grande nova fronteira de expansão da indústria de óleo e gás no Brasil.
Como a empresa está lidando com o desafio da descarbonização e a busca por alternativas com conteúdo renovável?
A Bunker One é uma multinacional que movimenta mais de 35 milhões de toneladas por ano. Isso nos dá uma grande visibilidade e, por isso, os clientes têm nos procurado buscando alternativas para novos combustíveis. A transição energética vai acontecer com uma cesta de produtos. Não existirá um único combustível vencedor; cada região buscará um determinado tipo de solução, seja biodiesel, metanol, LNG ou amônia.
O biodiesel é a opção para o Brasil, que tem uma abundância desse recurso e uma indústria agrícola altamente produtiva. No entanto, precisamos de mais regulação, tanto global quanto nacional, pois o mercado ainda é incipiente. Estamos trabalhando para trazer o biodiesel brasileiro como uma solução viável, tanto regionalmente quanto globalmente.
Não apenas o Brasil, mas a própria Organização Marítima Internacional (IMO) precisa se posicionar e trazer as soluções regulatórias necessárias. Estamos em contato direto com a delegação que participará da Marine Environment Protection Committee (MEPC 82), que começará no dia 30 de setembro. O evento acontecerá na sede da IMO, em Londres, e dará início às discussões da regulação específica para a redução das emissões de gases de efeito estufa dos navios. Estamos esperançosos de que essas discussões tragam resultados significativos para o setor.
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