CADE IMPEDE A VENDA DA LIQUIGÁS PARA A ULTRAGAZ

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) colocou o pé na porta da privatização da Petrobrás, liderada pelo seu presidente, Pedro Parente. O tribunal do órgão decidiu reprovar a venda da Liquigás para a Ultragaz, no valor de R$ 2,8 bilhões. Foi uma goleada – quatro conselheiros decidiram impedir a operação, contra apenas dois favoráveis. O CADE entendeu que o desinvestimento representaria um sério risco concorrencial ao mercado de gás de cozinha.

A relatora Cristiane Alkmin explicou que foram analisadas diversas alternativas para tentar viabilizar a operação. A própria Ultragaz propôs a venda de 45% da Liquigás e um teto de 40% para a concentração de mercado após o negócio. Outras ideias também foram discutidas pelo conselho, contudo, o CADE entendeu que mesmo assim, a Ultragaz teria uma fatia muito grande de mercado (36%) em relação aos demais concorrentes, quase o dobro da Supergasbraz.

“A Petrobras analisará imediatamente alternativas para o desinvestimento da Liquigás, que permanece no programa de parcerias e desinvestimentos da Petrobras conforme seu Plano Estratégico, que visa otimizar o portfólio de negócios, com foco em óleo e gás, saindo integralmente das atividades de distribuição de GLP”, lamentou a estatal, em nota. Alkmin sugeriu à Petrobrás que em uma possível nova tentativa de venda da Liquigás, o ideal seria que a compradora tivesse menos de 10% do mercado.