CAIU A LIMINAR QUE IMPEDIA PEDRO PARENTE DE ESCLARECER À CPI DA ASSEMBLEIA DO RIO A VENDA DE ATIVOS DA PETROBRÁS

Vai ser uma boa hora para ver se o Presidente da Petrobrás vai mesmo dar “um beijo no mercado”, como ele mesmo disse em entrevista ao jornal inglês Financial Times. Pedro Parente (foto) vai ter uma oportunidade e tanto de mostrar sua “sedução”. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro derrubou a liminar que impedia o comparecimento dele em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, para esclarecer a venda de importantes e valiosos ativos da companhia oferecidos a preços bem aquém do que realmente valem. A CPI é uma iniciativa do Deputado Paulo Ramos e visa apurar as operações realizadas pela Petrobrás que irão repercutir no Estado do Rio de Janeiro com a venda desses ativos da empresa. O presidente da estatal havia entrado com uma liminar porque não queria ter que esclarecer publicamente as ações que está comandando na venda de importantes empresas e campos de petróleo, em nome do desinvestimento para arrecadar recursos para pagar dívidas da empresa. A liminar impedia não apenas a convocação dos gestores, mas também a requisição de documentos da estatal. Em função desta recusa, a CPI  solicitou a Procuradoria da ALERJ que entrasse com um com Agravo de Instrumento, que acabou anulando a liminar  do presidente da estatal. Agora será marcada a audiência para que algumas vendas sejam esclarecidas por ele publicamente.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro ganhou musculatura e o contorno de gravidade, depois das denúncias apresentadas pela advogada Raquel de Sousa, da Federação Nacional dos Petroleiros. Ela já prestou depoimento à CPI e detalhou com riqueza de detalhes todas as vendas consideradas suspeitas. Matou a cobra e mostrou a cobra morta. Deu dados concretos até agora não explicados pela Petrobrás. Para muitos, não há de plano de desinvestimento, mas uma intenção não confessada de retalhar a empresa e privatizar os melhores ativos da companhia, como a BR Distribuidora, a empresa NTS, o Campo de Carcará, a Liquigás, os Campos de Baúna e Tartaruga Verde, o complexo Petroquímico de Suape etc.

A CPI apura algumas transações envolvendo o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que foi acusado de ter beneficiado principalmente a Statoil, a Total e a Brookfield. As denúncias envolveram também dois nomes novos: o ex-presidente interino da Petrobrás, José Coutinho Barbosa, e a ex-presidente da TBG Luciana Rachid. Os dois, atuais altos executivos da australiana Karoon, estariam envolvidos na venda irregular dos Campos de Baúna e Tartaruga Verde.

A CPI é presidida pelo deputado Paulo Ramos, que defendeu a importância da estatal para a soberania nacional. “O petróleo ainda é, e será por muitos anos, a principal fonte de energia para o mundo, e o Brasil, que vem descobrindo mais reservas de petróleo, não pode, de forma alguma, entregá-lo a interesses escusos e conhecidos”. O próximo passo é voltar a requisitar documentos oficiais da Petrobrás e marcar a data para que o presidente Pedro Parente e outros diretores e ex-gestores da companhia que tiveram participação na venda de ativos valiosíssimos entregues a preços considerados irrisórios. Ainda esta semana esta convocação será feita pela CPI.