CÂMARA BRASIL-TEXAS VAI PROMOVER ENCONTROS DE EMPRESÁRIOS EM HOUSTON
A Câmara de Comércio Brasil – Texas (BRATECC) é uma instituição formada por diversas companhias globais, com apoio do consulado brasileiro nos Estados Unidos, para estimular os negócios entre empresas brasileiras e americanas dos setores de óleo e gás e energia. A câmara, que vai organizar um café-da-manhã de negócios na OTC 2012 (Offshore Technology Conference), vem promovendo com sucesso o networking entre empresas há mais de dez anos, ajudando empreendedores a se conhecerem e formar acordos e alianças que estreitam as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. O diretor executivo da BRATECC, Ricardo Peduzzi, conversou com o repórter André Dutra e falou sobre a atuação da câmara de comércio, que fica em Houston, no Texas.
Quando surgiu a BRATECC?
Oficialmente em 2001, mas funciona como um grupo desde 2000. Nossas atividades principais são eventos para promover relações comerciais, como encontros entre empresários, seminários e conferências. O primeiro palestrante foi cônsul do Brasil em Houston. Esse evento inicial aconteceu no dia 17 de setembro de 2001, quase uma semana após o atentado às torres gêmeas.
De onde veio o interesse para o estabelecimento da BRATECC?
Esse interesse vem desde o final dos anos 90, por volta de 97 ou 98. Naquela época o Brasil vivia um processo de abertura com intensa privatização e quebra de monopólios. Foi interesse da comunidade empresarial, inclusive de grandes empresas, como a Petrobrás, a criação de uma espécie de palco brasileiro no exterior. Então, grupos de empresários de Houston começaram a discutir a possibilidade de montar a câmara de comércio, que também teve o apoio importante do cônsul do Brasil.
Como funciona a Câmara?
A BRATECC possui 17 diretórios e uma diretoria composta por representantes de diversas empresas internacionais. A nossa missão é promover amizade em negócios e networking. Organizamos eventos que proporcionem oportunidade de pessoas conhecerem pessoas e trocarem opiniões sobre assuntos relacionados ao mercado. Nós lidamos principalmente com o mercado de Óleo e Gás, com fóruns de discussão voltados para o mercado brasileiro, mas também trabalhamos com outras energias, como hidrelétrica, eólica, e combustíveis, como o óleo de palma.
O que a BRATECC tem planejado para a Offshore Technology Conference (OTC) de 2012?
A OTC é um evento que atrai um público diretamente interessado em negócios no Brasil. Nós vamos promover um café da manhã no penúltimo dia do evento, quarta-feira, dia 2 de maio. Os detalhes ainda serão divulgados.
Quais as expectativas da BRATECC sobre a nova presidente da Petrobrás, Graça Foster?
As expectativas são as mesmas de quando foi anunciada a transição. Por ser da indústria, a Graça Foster passa tranqüilidade e segurança. Ela tem conhecimento na área, e vai poder dar sequência ao trabalho que ela já tinha na Petrobrás, como a Petroquisa.
O interesse das empresas americanas em negociar com o Brasil se deu por causa do potencial energético do país? A descoberta do pré-sal aumentou muito esse interesse?
O apoio que nós recebemos da cidade de Houston se resume ao interesse das empresas no potencial energético do Brasil, principalmente buscando integração com a Petrobrás. Esse interesse, que começou com a participação da Petrobrás América na BRATECC, vem sendo o principal motor de crescimento da câmara. O pré-sal foi importante mais recentemente, mas a questão do interesse é fruto de um trabalho de anos, resultante da estabilidade política, monetária e social que o Brasil vem conquistando nos últimos anos. As oportunidades na área energética em geral vêm sendo grandes, e o atendimento à infraestrutura, que era um dos grandes empecilhos para a vinda de grandes empresas para o Brasil, vem sendo sanado.
Essa melhora do Brasil, no que toca a receber grandes empresas no país, se deve a algum motivo especial?
Quando foi descoberto o petróleo no México em 70, o pensamento comum no Brasil era o seguinte: ‘que bom que foi no México, pois se fosse aqui seria um desperdício’. Esse pensamento, que imperava nos governos da época, valorizava apenas o lucro. Mas, ao longo do tempo, ocorreu uma mudança de pensamento que proporcionou o crescimento das grandes empresas brasileiras e inserção de grandes empresas globais no Brasil. O despontar desta nova era, que se caracteriza pela valorização do ser humano, é o que faz do Brasil um país atrativo para investimentos. Os que eram excluídos nas projeções anteriores são os que agora estão aquecendo a economia e ‘salvando a pátria’. A classe média, que vem crescendo no país, é estimulada pela redução de impostos e vem sendo exemplo da valorização do brasileiro, do mercado interno.
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