CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO APONTA DESABASTECIMENTO DE AÇO E QUER FIM DE IMPOSTOS PARA IMPORTAÇÃO

Pela primeira vez, desde que o Petronotícias ter chamado a atenção para o mercado do aço no Brasil que virou de pernas pro ar, no início da pandemia, uma instituição denuncia a situação de desabastecimento do mercado, que continua descontrolado. Preços altíssimos, aumentos mensais muito acima da inflação e sem garantias de entrega do produto. Dependendo do cliente, pode levar de  três a quatro meses. A indústria de automóveis no país, através da Fenabrave, em dezembro de 2020, ensaiou uma reclamação. Foi breve e sem impacto.  E foi só. A falta de aço para a indústria de autopeças, inviabiliza a montagem dos automóveis.

Agora, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) toma uma medida efetiva ao participar de reunião no Ministério da Economia com representantes da cadeia produtiva do aço e entidades representativas dos principais compradores do país. E denunciou  o desabastecimento. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, disse que “Precisamos de um choque de oferta para restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Nossa proposta é a redução imediata do imposto de importação.” Na última sexta-feira (19), a entidade fez um levantamento com 206 empresas do setor em todo o país e 84% delas disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões. Também foi perguntado às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual —para 82,9% delas, a resposta foi o aço.

Na reunião, a CBIC apresentou ao secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, a pesquisa completa, mostrando números sobre o problema. Para o setor, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas não será possível estabilizar preços. O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que no início do ano projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos.