CAMARGO CORRÊA PLANEJA VENDER SUA CONSTRUTORA E NEGOCIA COM CHINESES
O desgaste da Camargo Corrêa foi tão grande com os desdobramentos da operação Lava Jato – e as complicações financeiras decorrentes também alcançaram patamares tão altos – que até a construtora do grupo, base de seu surgimento e crescimento inicial, entrou para a lista de ativos à venda. E os chineses são os primeiros da fila, por meio da China Communications Construction Company (CCCC), que avalia o potencial do negócio, assim como fazem outros investidores estrangeiros.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, a decisão foi tomada pela terceira geração da família dona da Camargo Corrêa, que vem vendendo uma série participações em empresas e investimentos do grupo – como CPFL Energia, Alpargatas, Usiminas e Itaúsa, entre outras.
Os valores aventados para o negócio não foram revelados, mas certamente giram na casa dos bilhões, já que a empresa teve uma receita líquida de R$ 4,3 bilhões em 2015 e costumava ter resultados ainda maiores nos anos anteriores à Lava Jato e à crise atual.
Ainda assim, o envolvimento com o esquema de corrupção e as dívidas decorrentes do acordo de leniência (somadas em R$ 804 milhões) são fatores que devem dificultar a venda.
Os valores recebidos pelo grupo, que tem 20,1% de seu faturamento baseado na construtora, servirão para reduzir o endividamento total adquirido nos últimos anos, totalizado em cerca de R$ 20 bilhões. Até agora, com as vendas efetivadas, o grupo já levantou cerca de R$ 8,7 bilhões para resolver as pendências e a alienação da construtora deve dar um novo impulso no processo.
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