CAMPOS DE PETRÓLEO DA NORUEGA PERDERAM US$ 50 BILHÕES EM VALOR NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
A crise pode passar, mas seus rastros continuam vivos na indústria internacional de óleo e gás. Diante dos impactos do baixo preço do barril, os campos de petróleo da Noruega tiveram seus valores reduzidos em mais de US$ 50 bilhões ao longo dos dois últimos anos, valor que representa corte de um terço na comparação com o período anterior. A informação foi divulgada nesta semana em um novo estudo da agência Rystad Energy, que analisou o valor de áreas operadas diretamente pelo governo norueguês: de US$ 148,6 bilhões em 2014, o país conta hoje com US$ 97,9 bilhões em campos de produção.
As reservas estatais, que constituem grande parte da arrecadação total do governo, foram responsáveis por 27% da produção total de óleo e gás em 2015 no país. A tendência é de que os campos ampliem o volume produzido até 2024, mas as perspectivas não são de melhora no médio prazo. Segundo o estudo, as demandas europeias por gás natural deverão se manter baixas ao menos até 2020, o que pode dificultar o faturamento norueguês no setor.
“Como consequência de um portfólio com forte presença de gás e uma alta expectativa de produção do insumo, a previsão de preço reduzido do gás é o fator único mais importante para a redução do valor de portfólio entre 2014 e 2016”, aponta a agência. O governo da Noruega possui grandes ativos de gás no Mar do Norte, na plataforma continental norueguesa e no Mar de Barents, incluindo campos gigantes como o de Troll e Oseberg.
O momento de pessimismo se reflete também em uma pesquisa recente divulgada pela Statistics Norway (SSB). De acordo com o estudo, os investimentos da Noruega no setor de petróleo devem continuar em queda ao longo de 2017, afetados diretamente pelo baixo preço do barril. Os aportes poderão ser reduzidos em até 8%, totalizando cerca de US$ 18,4 bilhões ao ano. Os cortes devem acontecer principalmente no segmento de Exploração e Produção (E&P).
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