CANADENSES NÃO QUEREM QUE OS ESTADOS UNIDOS RECORRAM À VENEZUELA PELO PETRÓLEO E SE DISPÕEM A AUMENTAR SUAS EXPORTAÇÕES

Os preços da gasolina estão atingindo recordes e as importações de petróleo russo estão terminando. Enquanto o governo Biden faz propostas à Venezuela para solicitar mais petróleo, o primeiro-ministro de Alberta, Jason Kenney, pergunta por que o governo do país vizinho não o contata? A província canadense de Alberta abriga 165 bilhões de barris de petróleo, o maior do mundo depois da Venezuela, Arábia Saudita e Irã.  Isso é muito petróleo para substituir as importações russas: “É inexplicável que o governo vá para a Venezuela e não para o Canadá. Nós não financiamos o bombardeio de inocentes”, disse.

Conhecedor e entusiasta do petróleo canadense, Kenney  tem plena consciência da necessidade de aumentar a produção norte-americana de petróleo e gás, o mercado de petróleo mais eficiente do mundo. Antes de se tornar primeiro-ministro de Alberta em 2019, ocupou vários cargos sob o ex-primeiro-ministro canadense Stephen Harper, incluindo Ministro da Cidadania e Ministro da Defesa. Os Estados Unidos, um exportador líquido de petróleo, importa petróleo bruto pesado e o refina em produtos acabados, como gasolina e óleo diesel. Os americanos importavam 620 mil barris por dia no ano passado. Menos de 8% do total das importações, eram de petróleo pesado, semelhante ao produzido na Venezuela e no Canadá.

Em fevereiro, o ditador venezuelano, Nicolás  Maduro disse que “ratificamos o caminho de uma poderosa cooperação militar entre Rússia e Venezuela para a defesa da paz, da soberania, a defesa da integridade territorial. Vamos aumentar todos os planos de preparação, treinamento e cooperação com uma potência militar do mundo como a Rússia”. Kenney acredita que o presidente Biden está negligenciando o Canadá, um aliado dos EUA. Os Estados Unidos importaram  4,3 milhões de barris de petróleo por dia do Canadá em 2021, mais da metade do total de importações. A plena utilização dos oleodutos existentes do Canadá poderia substituir parte do petróleo russo adicionando outros 200.000 a 400.000 barris por dia. Isso não está acontecendo porque os Estados Unidos não estão comprando.