CASTELLO BRANCO DIZ NA CÂMARA QUE SEDE DA BAHIA ERA UM TEMPLO DA CORRUPÇÃO E QUE A PETROBRÁS CONTINUA FOCADA NO PRÉ-SAL
O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, falou duro hoje na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O tema da sessão na comissão da qual ele participa é o fechamento da Petrobrás na Bahia e o desmonte da Petrobrás no Nordeste. Segundo ele, a Bahia já foi um Estado muito importante para a empresa, mas hoje só representa 1,5% da produção da companhia. “Nossa produção na Bahia hoje ficou irrelevante, assim como outros Estados do Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. Não estamos fechando nossas operações no Nordeste, mas vendendo para empresas privadas interessadas nesses ativos, que estão investindo na região e vão gerar empregos. A Petrobrás não tem dinheiro para investir em tudo”. O Presidente da Petrobrás disse ainda que a sede da companhia em Salvador, formado por uma torre de 22 andares, foi desocupada porque era um desperdício. A empresa só ocupava cinco andares e gastou quase R$ 2,1 bilhões para construir o prédio: “Tomamos a decisão de desocupar prédio, que é um monumento ao desperdício, um verdadeiro templo da corrupção”.
Castello Branco também defendeu que haja uma aceleração nos investimentos em projetos de exploração e produção de petróleo nas áreas do pré-sal. O alerta é que o óleo no fundo do oceano pode perder valor nas próximas décadas. “No longo prazo, os carros elétricos nos aflige: a tendência é de que a demanda por petróleo cresça menos, estagne ou até caia no futuro. As reservas no pré-sal são valiosas e a Petrobrás é dona natural dos ativos. A oportunidade para o pré-sal é agora, não podemos deixar passar. Precisamos concentrar esforços e explorar o pré-sal antes que seja tarde. A Petrobrás é uma empresa de custo elevado e estamos eliminando ineficiências, mas não vamos demitir em massa para reduzir custos. A empresa tem programas de demissões incentivadas”.
A companhia pretende ainda usar os recursos levantados com a venda de oito refinarias para acelerar os investimentos na exploração do pré-sal que, segundo ele, trará mais retorno à empresa: “Refinaria não é um negócio tão bom assim, porque exige custo baixo e o custo de pessoal da Petrobrás é alto. As maiores petroleiras do mundo inclusive venderam 30% da sua capacidade de refino nos últimos anos. Contemplamos, por exemplo, o crescimento no setor de petroquímica no futuro, utilizando as reservas de gás do pré-sal”.
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