CBCS APOSTA NA ETIQUETAGEM DE EDIFÍCIOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO PAÍS | Petronotícias




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CBCS APOSTA NA ETIQUETAGEM DE EDIFÍCIOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO PAÍS

Por Thiago Garcez (thiago@petronoticias.com.br) –

Roberto LambertsEspecialista em eficiência energética, o engenheiro e professor Roberto Lamberts, explica como o consumidor pode diminuir o consumo de energia elétrica e aponta soluções para a crise energética brasileira. Ele integra o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e defende à entrada de equipamentos mais eficientes no mercado, como também a etiquetagem de edifícios. Lamberts também dá um importante alerta sobre o consumo demasiado de aparelhos de ar condicionado no país e o aumento da eficiência desses aparelhos.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil ocupa a 7ª posição entre os países onde mais se consome energia elétrica no mundo (2013).

Poderia falar um pouco sobre o trabalho que desenvolve no Conselho Brasileiro de Construção Sustentável?

Sou engenheiro e coordeno a comissão técnica de energia do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS). Apoio a Benchmarking (banco de dados sobre o consumo de energia em edifícios) e etiquetagem do Inmetro-Procel nos edifícios para que aumente o seu nível de eficiência energética na fase inicial até o uso. Alguns edifícios e agências bancárias já estão sendo construídas com esta etiqueta, mas é preciso muito mais. O consumidor precisa saber se está indo bem ou mal com relação ao consumo de energia. 

Quais as orientações mais frequentes você costuma oferecer aos consumidores sobre os níveis de eficiência de seus produtos?

Sempre oriento para que os consumidores comprem produtos com o Selo Procel A. É preciso também dar maior atenção aos aparelhos de ar condicionado, pois os índices mínimos de coeficiente de eficiência energética desses aparelhos estão muito baixos. É preciso elevá-los urgentemente.

É evidente que o país vem enfrentando uma crise energética. O aumento da eficiência energética seria a solução para acabar com este atual cenário?

Vai ajudar bastante. É importante priorizar o aumento de eficiência energética de equipamentos introduzindo produtos mais eficientes no mercado. Isso também ajuda a preservar o meio ambiente. O Brasil precisa fazer um plano de metas para evoluir rapidamente nesta questão.

Quais impactos podem ocorrer com o despacho de usinas térmicas, que vêm crescendo cada vez mais?

Mais emissão de CO² e um consumo maior de energia.

Atravessamos uma onda de calor muito forte no começo deste ano e, com isso, o consumo de energia elétrica subiu em demasia. Quais medidas precisam ser tomadas para que a população tenha consciência sobre o consumo racional de energia?

Melhorar o nível energético dos edifícios que estão sendo construídos. Pra isso, a etiquetagem é extremamente importante. É necessária uma mobilização da população para que se construam prédios mais eficientes e aumentar a tecnologia dos prédios que já existem. A China é exemplo neste assunto, pois aumentou a eficiência dos ar condicionados e melhorou sua eficiência energética.

Em que setor se verifica o maior desperdício relativo de energia?

O nosso país ainda está em desenvolvimento. A população precisa se educar sobre o consumo de energia, mas, para isso, seria necessário explicar como economizar e alertá-la sobre as consequências do mau uso da energia.

Muito se fala sobre o risco de apagão no país. A população precisa se preocupar com este fato ou este risco está excluído?

Não está excluído. As usinas térmicas estão ligadas, logo esse risco é eminente.

As energias alternativas vêm crescendo no país. O que falta para esta adesão ser ainda maior?

Falta conhecimento e redução nas tarifas. Além de ausência de programas de incentivo, é preciso a remoção de impostos e isenção fiscal dos equipamentos. É necessária também uma logística de montagem nas residências. Seria interessante instalar painéis fotovoltaicos nas residências do Programa Minha Casa Minha Vida. O governo precisa ajudar.

Na sua opinião, o modelo de conta de luz pré-paga que o governo quer implantar no país vai dar certo?

Para que tem problema de solvência, é uma boa opção.

O furto de energia é um dos grandes problemas para as redes geradoras de energia. As smart grids (redes inteligentes) que serão implantadas pela Light aqui no Rio de Janeiro seria a solução para esta questão?

Certamente. As smart grids vão medir tudo, além de automatizar o desligamento elétrico e integrar o consumo. O projeto também oferece gestão de energia para os produtos. É viável.

Como você avalia as medidas do governo federal para reduzir as tarifas de energia para o consumidor?

Está na contramão do veículo. Se o consumidor não paga, ele não sente o quanto está consumindo e acaba não prestando atenção nos gastos. A energia deveria ser mais barata para a indústria.

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