CENÁRIO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO MERCADO DE ÓLEO E GÁS É DE PREPARAÇÃO
A indústria brasileira de petróleo cresce e exige preparo. Para competir, as empresas nacionais correm contra o tempo e ampliam investimentos no setor. A Buzas vivencia este momento. A divisão que provê flanges e conexões para o mercado petrolífero deverá ter um aumento de vendas cotado em 50%. A companhia que existe há mais de quinze anos possui um largo portfolio de máquinas com alta tecnologia. Eles trabalham com diversas matérias primas na área metalúrgica, com destaque para serviços a laser. Em conversa com o repórter Estephano Sant’Anna, o diretor comercial, Edner Gutierre, contou como a Buzas tem se preparado para o crescimento do mercado de óleo e gás em termos de investimentos, mão-de-obra, conteúdo nacional e parcerias estrangeiras.
Qual o trabalho da Buzas? Há quanto tempo existe? Quantos funcionários?
Somos uma empresa que começou em 1995 e hoje tem 125 funcionários. Nossa linha de trabalho é na área metalúrgica, área de serviços, corte a laser ou jatos d’água, calderaria, solda, usinagem e montagem. Temos um portfolio integrado de máquinas com alta tecnologia e trabalhamos com empresas de ponta, grandes multinacionais como a Alstom, por exemplo.
Onde fica a sede e qual a porcentagem de conteúdo nacional?
A sede é própria e fica na Zona Leste de São Paulo, onde temos um parque industrial. Participamos de uma área total de 9.500 m², sendo 6.500 m² de área fabril. Ele surgiu em 2005, com o crescimento da demanda por nossos serviços. Hoje contamos com média de 70% de conteúdo nacional.
Qual a visão da empresa quanto ao mercado internacional? Já tem ou fizeram alguma parceria com empresa estrangeira?
Estamos abertos. As empresas de fora precisam das nacionais e a Buzas é bastante atrativa porque conseguimos fabricar qualquer equipamento. Fazemos a montagem do equipamento, o que inclui toda a parte de chaparia e solda. Ainda não temos uma parceria estrangeira decidida. Já procuraram a gente para projetos específicos.
Soubemos que vocês estiveram na OTC 2012. As expectativas foram atendidas?
Sim, participamos da última OTC, em Houston, exatamente para buscar novos parceiros que trabalhem com tecnologia. Nosso interesse era fazer contatos e ver portas abertas para alguma possível joint venture. Foi muito satisfatório, conseguimos muitos contatos e as conversas vão acontecendo.
Existem muitas empresas no Brasil que fazem esse trabalho de corte a laser no país? Qual o nível de concorrência no país?
Existe um bom número. Mas estamos com uma proposta diferenciada de cumprimentos de novos requisitos da Petrobrás. Temos todo um esquema, performance, fábrica direcionada e fornecedores preparados para uma certificação nova. Já ouviu falar da imposição da Petrobrás, requisito 11? Diz que todas as empresas distribuidoras terão que avaliar o fabricante. Se você comprou um lote do fabricante, terá que avaliá-lo. Não apenas colocar na prateleira e vender. Estamos preparados e cumprimos todas as exigências necessárias. A gente fez a lição de casa.
Como vocês servem à indústria de óleo e gás?
O full service. Equipamentos caldeirados em geral e, principalmente, a área de flanges e conexões. É um segmento com muito potencial para o mercado de petróleo. São vários tipos de materiais, espessuras e acabamentos. As peças exigem um controle dimensional para atender todas as classes de pressão. As empresas que temos parcerias para distribuição são todas cadastradas na Petrobrás. Para você distribuir este produto de flanges e conexões, os dois tem que ter o CRCC (Certificado de Registro e Classificação Cadastral, exigido pela Petrobrás), tanto o fabricante quanto o comprador.
Vocês trabalham com diferentes obras primas (Aço carbono, aço inox, acrílico, alumínio ou madeira). Isso requer tecnologia e profissionais qualificados. Como lidam com isso?
Nós temos máquinas altamente tecnológicas que demandam um nível técnico. Essas máquinas tem um comando numérico computadorizado. Precisam de profissionais qualificados para operar, principalmente , porque processamos todo o tipo de material. Mas temos um bom fluxo de funcionários graças a um convênio com o SENAI. Isso nos dá certa facilidade para agregar mão-de-obra. Trabalhamos tanto com os menores aprendizes quanto com profissionais do mercado já formados.
Que expectativa vocês tem para este ano e para os próximos, com o crescimento disparado do mercado de petróleo e gás?
A expectativa é muito grande, principalmente nessa área de flanges e conexões. Fizemos um faturamento muito bom e prevemos, em termos de percentual de vendas, um aumento de mais de 50% em flanges e conexões. Na parte de equipamentos e calderaria, a previsão é uma média de 30% em vendas. Estamos pensando em joint ventures para atacar na área de óleo e gás. A Petrobrás vem anunciando e estamos investindo pesado, principalmente com as chances do pré-sal. Contamos com um estoque muito forte em flanges e conexões. A Buzas tem incrementos que aumentam as expectativas. Eles vem principalmente de nossa ligação com a ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo). Vamos nos preparando para que na hora que a coisa pegar, estejamos prontos.
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