CENTENAS DE MILHARES DE PESSOAS ESTÃO SEM ENERGIA, SEM ÁGUA E COM POUCA ESPERANÇA NO RIO GRANDE DO SUL
O maior desastre ambiental do Rio Grande do Sul já deixou a marca e o sofrimento por 83 mortes e 121 pessoas desaparecidas, o que pode aumentar ainda mais esta tragédia. Os números oficiais são da defesa civil, contabilizados até ontem (5). Várias regiões gaúchas ainda têm pontos ilhados, estradas e pontes destruídas e moradores à espera de resgate. Há centenas de milhares de moradores sem luz e água. Uma situação terrível. As autoridades e meteorologistas mapeiam o avanço das chuvas e das enchentes ao longo dos próximos dias. As inundações atrapalham os resgates e o governo prevê uma nova onda de frio a partir de quarta-feira, 8, o que também deve afetar o socorro às vítimas da maior tragédia climática da história gaúcha. O pior já passou no Vale do Taquari, no centro do estado e na serra gaúcha, onde os níveis dos rios estão baixando. Agora, a região mais crítica é Porto Alegre e a região metropolitana.
A expectativa é de que o pico de vazão do Sinos estará neste começo de semana na parte final da bacia, entre Esteio e Canoas. O vale segue alagado com muitas áreas de inundação em cidades como Campo Bom e Canoas. Na Grande Porto Alegre onde os níveis elevados de água obrigam moradores se abrigarem nos telhados das casas e a esperarem resgate de barco ou jet ski. Segundo a prefeitura do município, o terceiro mais populoso do Estado, 80 mil imóveis foram atingidos.
Os prejuízos para a economia são imensos. A Rumo disse que a circulação de trens na Operação Sul está parcialmente interrompida. A empresa do setor de logística não espera desvios materiais dos resultados estimados para o ano, reiterando as metas e projeções divulgadas ao mercado no início de fevereiro. A prioridade da companhia é garantir a segurança dos colaboradores e de suas famílias, assim como das operações na região. Os danos aos ativos ainda estão sendo devidamente mensurados.
A Gerdau também informou que estendeu a paralisação de suas operações no Estado por conta das chuvas. A siderúrgica opera por lá a unidade de aços longos Riograndense, em Sapucaia do Sul, e uma unidade de aços especiais em Charqueadas. A Gerdau não indica data de retorno, informando apenas que a paralisação será até que possa retomar com segurança. A empresa diz que neste momento mobiliza esforços para priorizar a proteção e segurança das pessoas, além de estar oferecendo apoio a todos os colaboradores e colaboradoras que necessitem. A empresa tem realizado doações de itens para as comunidades próximas, como cestas básicas, kits de higiene e outros artigos. Além disso, mobiliza helicópteros para apoiar na logística. O grupo Panvel, dono das farmácias Panvel e da distribuidora Dimed, interrompeu as operações em seu centro de distribuição, localizado em Eldorado do Sul. Os impactos têm sido fortes, limitando a capacidade de produção e distribuição. A companhia continua recebendo pedidos, porém com a possibilidade de atraso nas entregas. A maior parte dos funcionários reside na cidade, uma das mais afetadas pelas chuvas.
A Marinha do Brasil levou mantimentos para os moradores de Eldorado do Sul (RS), uma das cidades mais afetadas pelas chuvas. O acesso ao local só foi possível com uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Sul (EsqdHU-51). A aeronave também está realizando o transporte de desabrigados e desalojados na região em apoio à Prefeitura. Praticamente todo o território do município está alagado e os acessos por terra estão bloqueados. A Marinha segue nas ações de Busca e Resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Aeronaves do 1º e 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, além de embarcações, viaturas e os pelotões de Fuzileiros Navais estão mobilizados e também atuam no transporte de alimentos, água e combustível. Nas ações desse domingo, um bebê e uma mulher grávida de gêmeos foram resgatados por militares do EsqdHU-1 a bordo de uma aeronave UH-12 Esquilo.Uma outra aeronave Esquilo, do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Oeste (EsqdHU-61), está em deslocamento do Pantanal para reforçar as ações.
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