CENTRAIS SINDICAIS ENTREGARÃO AO GOVERNO PROPOSTAS PARA DESTRAVAR OPERAÇÕES DA INDÚSTRIA NACIONAL
Frente aos sintomas de paralisia causados pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato, as maiores centrais sindicais do país vêm se movimentando para criar uma agenda de propostas com foco na retomada das operações na indústria nacional. O projeto, que agrega representantes do setor de petróleo, naval e construção civil, busca dialogar com o segmento empresarial e defende o retorno das atividades em companhias bloqueadas pelas investigações. A agenda começou a ser debatida nesta segunda-feira (9) e deverá ser apresentada pela primeira vez no dia 3 de dezembro.
O objetivo do movimento sindical é levar ao governo, no dia 9 de dezembro, sugestões de mudança quanto ao atual cenário de dificuldades que não parece se amenizar. A expectativa é de que a soma das propostas seja levada ao Congresso Nacional, contendo novas inclusões por parte de empresas e acadêmicos de diversas áreas. Entre os responsáveis pelo projeto está o secretrário-geral da CUT, Sérgio Nobre (foto).
“Somos favoráveis ao combate à corrupção, mas em nome dele não se pode paralisar as empresas e jogar a economia brasileira para a crise”, afirma Nobre. O sindicalista aponta para a necessidade de tornar mais objetivos os processos judiciais que vêm dificultando a retomada de atividades em setores importantes, como o de petróleo e gás. “Se existe uma Corte especializada para cuidar do assunto, ela deve chamar a empresa e fazer o julgamento, punindo e exigindo que devolva dinheiro. Mas no dia seguinte a empresa precisa estar pronta para cumprir seu papel na sociedade”, explica ele.
O grupo de centrais conta com a União Geral dos Trabalhadores (UGT), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical. O resultado dos encontros será divulgado em São Paulo no dia 3 do próximo mês, para depois ser apresentado no Rio de Janeiro, no dia 8.
Entre as propostas defendidas pelo grupo está o estímulo ao crédito e à produção na indústria brasileira. “É o caminho oposto ao que vem sendo feito”, pontua Nobre, que enxerga como fundamental a realização de um acordo entre centrais e empresário até o final do ano. “Se não for tomada uma decisão ainda neste ano, 2016 já foi”, afirma o sindicalista. “Precisamos montar um fórum comum e resolver isso rapidamente”.
A paralisação de operações em decorrência dos crimes investigados na Lava-Jato já atingiu diversas cadeias da indústria brasileira e vem resultando em grandes blocos de demissão. A cadeia de óleo e gás vem sendo uma das principais prejudicadas e passa hoje por uma grave crise, com uma redução drástica na quantidade de novos projetos.
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