CENTRO DE EXCELÊNCIA DEFENDE BONS PROJETOS DE ENGENHARIA PARA MELHORAR A PERFORMANCE DAS OBRAS DO SETOR DE PETRÓLEO&GÁS
No depoimento que deu ao senado, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, deu uma declaração que passou quase despercebida das pessoas, mas que tem uma real importância para a melhoria do desempenho nas obras que a estatal realiza pelo Brasil. Foster disse que “A Refinaria Abreu e Lima foi uma lição a ser aprendida. Quando vamos à rua com um projeto que não tem maturidade, o sobrepreço é quase líquido e certo. Por isso estamos trabalhando com tanto cuidado os projetos das refinarias Premium 1 e Premium 2.”
Este pensamento vem de encontro ao que o Centro de Excelência em EPC defende desde a sua criação em 2008, como revela um de seus mais ativos diretores, Carlos Affonso Aguiar. Aguiar, como é conhecido, trabalhou durante 33 anos na Petrobrás exercendo importantes funções da empresa, ocupando gerências, superintendências no Brasil e no exterior, e uma diretoria executiva da holding, em 1999:
– Uma boa engenhara básica e um bom planejamento são fundamentais para o sucesso de qualquer obra. É preciso tempo para que o projeto básico seja feito dentro de um ritmo adequado, de forma que no momento do projeto detalhado não haja mudança na engenharia.
Para ele, a chave do sucesso de um empreendimento está na engenharia:
– A engenharia dentro de um projeto representa cerca de 7% a 9% do custo do empreendimento. É preciso se dar a importância real a isso. Nesta fase é necessário que haja uma maior integração com as empresas fornecedoras para não haver surpresas desagradáveis que acabam por encarecer a obra.
Carlos Aguiar defende um forte envolvimento da indústria na fase de engenharia, até mesmo como estímulo do conteúdo nacional.
– Não pode haver surpresas na hora da construção. Quando se projeta, já se deve saber com o que pode se contar. É uma fase importante para se dar estímulo ao conteúdo nacional. Saber de antemão com quem se pode contar no momento certo. O que não pode acontecer é simplesmente fazer o projeto divorciado do que vai se comprar. Se o Brasil tem condições de fornecer, ótimo. Vamos estimular nossas indústrias. Dar desafios para elas dentro das especificações necessárias. Se não, vamos comprar onde tiver. Mas com antecedência e sabendo exatamente o que vamos comprar.
O retrabalho nas operações é outro fator que Carlos Aguiar chama atenção para a baixa produtividade em algumas obras. E é uma atenção que o Centro de Excelência sempre discute, procurando formas disso não ocorrer:
– Nós desenvolvemos projetos para ajudar as empresas associadas a ter boas práticas na hora da montagem. Proporcionar a distribuição do conhecimento. É uma barreira que temos que transpor até mesmo entre as empresas associadas. Queremos ajudar a mudar esta cultura. Da distribuição do conhecimento, respeitando-se os resultados que isso pode alcançar. Mostramos que nossas ações e nas boas práticas que trocamos com o CII – Construction Industry Intitute – dos Estados Unidos, nos faz avançar muito na hora das obras. O retrabalho significa mais do que apenas atraso e perda de tempo. Representa claramente aumento de custos. E isso nós precisamos combater
O pensamento exposto pela presidente Graça Foster sobre aprender com os erros ocorridos nas obras da Refinaria Abreu e Lima é diagnosticado por Aguiar de uma forma bastante interessante. Para ele, muitas vezes os erros acontecem na determinação política para marcar a data para o início da operação de uma planta contratada:
– No caso das obras de petróleo e gás, ocorre um problema na hora decisão política. O governo determina que uma refinaria precisa começar a operar em 2020, por exemplo. Neste momento se faz o planejamento reverso. Ou seja. Começa-se a fazer cálculos para que o empreendimento fique pronto naquela data, mas a partir de 2020. Os cálculos começam a ser feitos de trás para frente. Aí, se percebe que sobrariam poucos meses para se fazer o projeto a tempo de sua inauguração em 2020. É o primeiro passo para dar tudo errado. Temos que dar tempo para engenharia básica e o detalhamento. Este é o segredo. Por isso é muito interessante esta observação da Presidente Foster, que disse que terá todo cuidado na construção das refinarias premium. É o primeiro passo para dar certo. É isso que o nosso Centro de Excelência defende. As melhores práticas. E tenho certeza que este pensamento é o mesmo pensamento da nossa presidente, a Renata Baruzzi.
A qualificação da mão de obra também faz parte da preocupação do Centro de Excelência:
– Além de todas essas providências, temos que ter também a preocupação em melhorar a qualidade da nossa mão de obra. Investir em seu treinamento para melhorar o seu desempenho. Esta é uma preocupação do Promimp desde 2003, que apoiamos 100%.
Acho importante, e que o Dr Aguiar não cita na sua entrevista , ele não se refere a política de preço mínimo que sempre foi desastrosa para a qualidade dos serviços e altamente desincentivadora de interesse na venda da boa engenharia de projetos. A elaboração de projetos baseada no envolvimento do fornecedor numa fase cedo do empreendimento (projeto básico) descaracteriza o objetivo primeiro que visa um projeto de engenharia adequado e não um portal de venda de produtos de quem direta ou indiretamente está a influenciar especificações e conceitos que necessariamente não são a melhor opção. Eng. Pedro Pino Veliz… Read more »