CEO DA NTS DIZ QUE SETOR DE GÁS NATURAL VIVE MOMENTO DISRUPTIVO E PREVÊ OFERTA HISTÓRICA DO INSUMO NO PAÍS A PARTIR DE 2024
O CEO da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Erick Portela, disse durante a Rio Pipeline 2023 que o setor de gás natural está passando por um momento disruptivo. Para o executivo, o novo cenário do segmento no país se deve às novas ofertas do insumo previstas para os próximos anos. Portela avaliou ainda que as importações do gás serão complementos para o Brasil, de modo que o país não será mais dependente delas após o início de operação dos projetos BM-C-33, na Bacia de Campos, operado pela Equinor, e Sergipe-Alagoas Águas Profundas (SEAP), na costa nordestina, operado pela Petrobrás. O início de atividade do GASLUB, em Itaboraí (RJ), pela Petrobrás, também vai contribuir com esse cenário
“Nós estamos vivendo um momento bastante disruptivo na história do gás natural. Pela primeira vez, o Brasil terá uma oferta que vai fazer com que a importação seja complementar. Nós seremos mais independentes da importação. Com o GASLUB, BM-C-33 e Sergipe Águas Profundas, o Brasil terá uma oferta de gás tão importante que eu me remeto ao período de GASBOL”, projetou. “No final do século passado, com a entrada do GASBOL e do campo de Mexilhão, o país tinha uma oferta firme de 50 milhões metros cúbicos de gás/dia durante uma década. Essa oferta ininterrupta fez toda a transformação que o Sul do Brasil teve. A indústria cerâmica de Santa Catarina usava carvão no passado. Com o gás, houve uma transformação tal no setor, e hoje a indústria cerâmica é uma exportadora de qualidade”, completou.
Portela lembrou que há uma queda natural da oferta do gás da Bolívia, de Mexilhão e da Bacia de Campos e que o papel dos transportares é assegurar a mesma confiabilidade vista no início do século, quando foi construída a logística necessária para o escoamento do insumo daquelas regiões. Para o futuro, o executivo disse que a NTS começou a planejar os projetos chamados de “Desengargalamento 1” e “Desengargalamento 2”, que englobam a duplicação de estações de compressão de gás natural em São Paulo e no Rio, além da construção de gasodutos e novas estações de compressão.
“Esses projetos vão fazer um movimento natural do gás, preenchendo mercados maduros que eram até então dependentes do gás importado, mas que agora terão pela primeira vez uma opção de gás natural produzido no Brasil”, disse. “A partir de 2024, com a entrada do GASLUB e, posteriormente, a entrada do BM-C-33 e SEAP, o Brasil terá uma oferta de gás de maior magnitude em relação a que tivemos no início do século. É obvio que o escoamento inteligente desse gás tem que ser penetrando, primeiramente, os mercados maduros. Nós, transportadores, entramos com a lógica da manutenção da confiabilidade de forma integrada. Esse é o nosso papel”, detalhou.
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