CEPEL ORGANIZA WORKSHOP PARA DEBATER A SEGURANÇA ENERGÉTICA DIANTE DE TANTAS FONTES DE GERAÇÃO DIFERENTES | Petronotícias




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CEPEL ORGANIZA WORKSHOP PARA DEBATER A SEGURANÇA ENERGÉTICA DIANTE DE TANTAS FONTES DE GERAÇÃO DIFERENTES

cepel capaComeçou hoje (31) e vai até amanhã (1º) um workshop envolvendo representantes do ONS, EPE, Eletrobrás e especialistas da área de P&D na sede do Cepel, no Rio de Janeiro. Segurança operacional é a palavra de ordem no setor energético brasileiro no momento, diante do crescimento acelerado das fontes renováveis variáveis, solar e eólica. Estes desafios estão sendo debatidos. O assunto é um dos principais na agenda de empresas e instituições setoriais, como Eletrobrás, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que marcam presença no evento. A mesa de abertura contou com Fabiana Teixeira, diretora-geral do Cepel; Fernando França, assessor executivo da diretoria de Planejamento do ONS; Giovani Vitória Machado, diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE; Mario Fernando Ellis, diretor de Segurança Operacional da Eletrobras; e Flávio Rodrigo, gerente do Departamento de Sistemas Eletroenergéticos do Cepel.

“O arcabouço tecnológico que temos é extraordinário, mas precisa ser aprimorado constantemente para enfrentar oscepel dret novos desafios da transição energética. Além de solar e eólica, num contexto muito próximo, teremos baterias, hidrogênio e biocombustíveis que trarão novas dimensões aos complexos desafios de planejamento e operação do sistema. O planejamento depende da integração dos agentes, da otimização e da diversidade das fontes, visando manter nosso sistema confiável, seguro e eficiente. O objetivo desse workshop é entender as demandas do setor e nos prepararmos para atendê-las”, disse Fabiana Teixeira.

Para lembrar, o  Cepel é o principal provedor de modelos computacionais para simulação e otimização energética e elétrica de sistemas de potência do setor elétrico brasileiro. Esses modelos são utilizados por entidades setoriais, empresas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, consultoras e universidades nas atividades de planejamento e operação do Sistema Interligado Nacional (SIN). O workshop é uma iniciativa do Centro para ouvir o setor e identificar as necessidades mais urgentes para a adequada representação de fontes de energia renovável intermitentes nas cadeias de modelos utilizadas nessas atividades, considerando um cenário de transição energética, mudanças climáticas e acoplamento intersetorial.

ceel nao sei 3O Brasil já conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. A crescente entrada de novas fontes renováveis no SIN, além de reforçar a liderança brasileira na transição energética mundial, permite a preservação dos níveis de reservatórios das usinas hidrelétricas, fonte ainda predominante na matriz energética e principal provedora de inércia para o SIN. Ao mesmo tempo, a maior utilização de renováveis intermitentes cria desafios técnicos para o planejamento e a operação do SIN, dadas as suas características de intermitência, incerteza e forte componente sazonal.

O Coordenador dos estudos para as regiões Norte e Nordeste da área de Planejamento da Transmissão da EPE, Rafael Mello abordou os desafios que o aumento da participação de renováveis variáveis na matriz traz para o planejamento: “Entre os principais fatores, estão os tempos de construção menores, uma dinâmica muito mais forte no mercado e a característica não despachável, que demanda uma maior integração via sistema de transmissão.” Segundo Mello, já estão sendo feitas mudanças metodológicas de modelagem e de estratégia do planejamento para lidar com o aumento das incertezas provocado pelas fontes intermitentes. Outra ação é o acompanhamento constante das novas tecnologias e do seu custo, para embasar a tomada de decisão sobre sua o momento certo para sua aplicação. “Por fim, o ajuste das políticas de subsídios e regulamentação, que são fundamentais para fomentar essas novas tecnologias”, concluiu.

cepel nao seiUma das novidades com as quais os agentes lidam é a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), como explicou Vitor Duarte, Gerente de Estudos Energéticos do ONS: “Dados do PMO de outubro de 2023 mostram que a MMGD representa 11% da nossa capacidade instalada. Nas projeções para 2027, ela corresponde a 16%. Somadas, a MMGD e a geração solar são a segunda maior fonte em nossa matriz.”  Ele  destacou ainda o crescimento da geração eólica: de 1 GW para 34 GW de capacidade instalada entre 2011 e a previsão para 2027. Diante desse panorama, Duarte apresentou os projetos de desenvolvimento de modelos para previsão de geração e eólica e solar ligadas à rede, desde a programação de curtíssimo prazo até o longo prazo. Já a MMGD é objeto de uma parceria do ONS com a agência de fomento alemã GIZ para aprimoramento dos modelos previsores. Além disso, também estão sendo desenvolvidos projetos de estudos que buscam entender as mudanças ceél na sei 2climáticas e seus efeitos sobre as fontes variáveis, no âmbito do Projeto Meta, do Banco Mundial.

As discussões seguem no segundo dia do workshop, que terá foco sobre a operação do SIN. O evento também contará com palestras de dois especialistas estrangeiros sobre as soluções adotadas na Europa e na Austrália para a integração de fontes renováveis intermitentes às suas respectivas redes e a recomposição de sistemas de potência em cenários grande participação de renováveis e combinação de geração variável. A ideia é enriquecer o debate com a experiência internacional no tema, considerando as semelhanças e peculiaridades do sistema brasileiro na busca por soluções que garantam o melhor aproveitamento possível dessas novas fontes. O evento tem transmissão ao vivo pelo canal do Cepel no Youtube. A programação do segundo dia terá início às 8h30.

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