CERIMÔNIA MARCA O INÍCIO DAS OBRAS DO REATOR MULTIPROPÓSITO BRASILEIRO, EM IPERÓ
Após muitos anos de espera, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) finalmente começa a se tornar realidade. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deu início, nesta segunda-feira (24), às obras de infraestrutura do empreendimento na cidade de Iperó (SP). Segundo apuração da nossa reportagem, os primeiros trabalhos envolvem terraplanagem e a construção de uma ponte interna no terreno. Ainda este ano, serão adquiridos outros itens do projeto, enquanto a construção civil principal está prevista para começar no próximo ano.
Em 2024, foram contratados mais de R$ 300 milhões para o RMB. Até 2026, o MCTI prevê um aporte total de R$ 926 milhões, oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), para viabilizar a construção do maior centro de tecnologia nuclear do país. O RMB faz parte do eixo 8 do Programa de Apoio a Projetos Nacionais Estratégicos.
A cerimônia que marcou o início das obras contou com a presença da ministra do MCTI, Luciana Santos, acompanhada do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Junior, da coordenadora de Gestão do RMB, Gabriela Borsatto, dos coordenadores técnicos do projeto, José Augusto Perrotta e Patrícia Pagetti, além de autoridades do setor nuclear.
“É uma alegria estar aqui, celebrando o início das obras de infraestrutura do nosso Reator Multipropósito Brasileiro. Teremos aqui um dos mais importantes centros de pesquisa para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade, e isso é motivo de orgulho para nós”, enfatizou a ministra. “É um marco de sustentabilidade e ampliação do conhecimento e aplicações da tecnologia nuclear a serviço da vida. É a ciência contribuindo para o nosso desenvolvimento e para melhorar a vida de nossa gente”, acrescentou.
Na área da saúde, especialmente na medicina nuclear, o RMB garantirá a autossuficiência na produção do radioisótopo Molibdênio-99, essencial para a obtenção do Tecnécio-99m, utilizado em diagnósticos médicos. Isso assegurará um fornecimento estável e seguro para atender plenamente a demanda da população brasileira, além de possibilitar a nacionalização de outros radioisótopos usados em diagnóstico e terapia.
O projeto foi concebido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade da CNEN em São Paulo, sob a coordenação de José Augusto Perrotta e sua equipe, com apoio de outras unidades da CNEN: o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), no Rio de Janeiro; o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte; e o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), em Recife.
Parabéns, que não pare, vá até o final rapidamente. Este empreendimento tem todo o jeito de Brasil grande, exatamente como sempre sonhamos. E a escala no enriquecimento? E novos sítios e novas usinas grandes? E os SMRs? E o repositório definitivo de rejeitos? E a prospecção de todo o território em busca de Urânio? E cadê o capital privado nesses empreendimentos?
Acha que capital privado seria necessário?
Lobby só não adianta.
O capital privado, nacional e o internacional, é o que falta para nossa industria nuclear sair do ponto morto. Nosso mercado de 200+ milhões sub atendido em dois terços da eletricidade necessária é a oportunidade. Mas precisamos sair da etapa de apenas buscar uma obra, Angra 3, e olhar à frente. O binômio renováveis e agropecuária não nos tira dos 10 mil dólares de PIB per capita.