CERTIFICAÇÕES DE COMPLIANCE AUMENTARÃO DE IMPORTÂNCIA PARA SE FAZER NEGÓCIOS DE ÓLEO&GÁS EM 2018 | Petronotícias




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CERTIFICAÇÕES DE COMPLIANCE AUMENTARÃO DE IMPORTÂNCIA PARA SE FAZER NEGÓCIOS DE ÓLEO&GÁS EM 2018

zz2No Programa Perspectivas desta sexta-feira ( 8), Dia Internacional de Combate a Corrupção, escolhemos conversar com o Diretor Executivo da BRA Certificadora,  empresa brasileira de certificações acreditada internacionalmente. Fomos ouvir Tiago Martins, profissional  bastante influente neste segmento, que apesar de ter tido um ano apertado no Brasil, acredita em muitos novos negócios em 2018, pela própria necessidade do mercado, de seu crescimento e da ampliação das necessidades de compliance nas empresas  Brasileiras. Veja suas opiniões:

1-Como analisa os acontecimentos de 2017 em seu setor?

-“Foi um ano de sobrevivência e afirmação. Estar vivo ao final dele é uma conquista. Houve ações e sinais importantes de retomada para os próximos anos, o que esperamos que se concretize. Conseguimos nos manter firmes em prestar serviços de excelência e não de escala, o que elevou o reconhecimento de nosso trabalho no mercado, ainda que a demanda tenha sido muito reduzida. Plantamos sementes importantes em termos de credibilidade e qualidade dos serviços. Esperamos colhe-las a partir de 2018.

Foi um ano importante, a partir do lançamento de nossa certificação Premium em sistemas de gestão anticorrupção;  confirmação de nossa acreditação no CGCRE/INMETRO como OCP para atuação com equipamentos elétricos para áreas classificadas; manutenção de nossos serviços junto ao VLT Carioca, como única certificadora de conteúdo local a atuar no âmbito do BNDES/FINAME; lançamento de nosso programa de emissão de atestados de comissionamentos de empreendimentos; e mudanças importantes nas resoluções de conteúdo local da ANP, que nos tranquilizou quanto a seriedade e qualidade que passará a ser exigida para estes serviços, equilibrando a concorrência.”

2- Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

-“ O Brasil precisa atravessar um ciclo mais liberal em termos econômicos. Já ficou claro que o Estado não tem condições de assumir o papel de mola propulsora da economia sozinho. Não adianta mantermos nosso foco dedicado quase exclusivamente em políticas “muleta” de distribuição de renda. Primeiro porque com o nível da classe política, com muita facilidade este tipo de política é direcionada a outros interesses voltados a manutenção do poder de grupos políticos; segundo que não podemos falar em distribuição de renda, sem geração sustentável de riqueza. O saldo estamos assistindo: aqueles que vinham vivendo exclusivamente às custas de políticas sociais, hoje estão voltando para a pobreza em situação ainda mais dramática. As amarras fiscais e burocráticas precisam começar a ser desatadas pelo Estado para que a iniciativa privada ganhe fôlego para investir e gerar empregos. Ao mesmo tempo, o Estado precisa equilibrar definitivamente as contas públicas e com estas ações mais liberais, este trabalho será facilitado, pois haverá aumento de arrecadação e diminuição da necessidade do investimento do Estado ao mesmo tempo.”

3- Quais as perspectivas para 2018? Pessimistas ou otimistas?

– “São otimistas. Como acredito que seja uma tendência natural para quase toda atividade econômica, a expectativa é de melhora em termos de oportunidades e demanda por serviços. A indústria vem retomando lentamente a atividade; alguns investimentos estão sendo retomados; a indústria de óleo e gás e especialmente a Petrobras vêm realinhando a disponibilidade de recursos para o início de um novo ciclo de crescimento, que acredito se iniciar em 2018 e o qual espero ser mais sustentável,  muito menos alavancado. Especificamente no mercado que atuamos, as Certificações, temos boas perspectivas.  

Na área de certificação de conteúdo local, esperamos novas mudanças positivas nas resoluções da ANP, que proporcionarão maior adequação a nossa realidade, sem deixar de privilegiar o investimento e a geração de emprego no Brasil. Ao mesmo tempo, regras  mais rígidas de acreditação de certificadoras entrarão em vigor, incluindo a obrigatoriedade de acreditação junto ao CGCRE/INMETRO. Esta exigência vai melhorar muito a qualidade, rastreabilidade e controle das certificações, criando exigências igualitárias em termos de estrutura e condições das certificadoras para prestação dos serviços. Para a BRA, já acreditada no órgão desde 2015, nada muda em termos estruturais, mas no oferece maior tranquilidade quanto ao equilíbrio frente a concorrência.

No mercado de compliance, o progresso em termos de conhecimento e demanda sobre o tema no país vai permanecer em grande crescimento. Mais pessoas e empresas vão buscar e entender cada vez mais sobre o que é um programa de integridade/sistema de gestão anticorrupção ou antissuborno. E isso é bom, pois não há dúvida que mudaremos o patamar das relações de negócio. A questão é saber se isso será uma melhora imediata, porém sem sustentação no longo prazo, ou não.

 O que vai definir esta questão está associado com o nível de seriedade e efetividade com que estas melhorias serão implementadas. No campo de certificações já temos algumas opções surgindo que tem suscitado dúvidas quanto à efetividade e imparcialidade, mas entendo ser um caminho natural deste processo. Boas iniciativas vão surgir neste processo, assim como outras nem tão eficazes ou adequadas. O relevante neste momento é que o assunto avance e que seja cada vez mais de conhecimento público, de tal forma a ser gerada uma massa crítica para formação de opinião e preparo para a segunda onda, que apostamos que seja da seriedade e efetividade. Não à toa investimos muito ao longo de dois anos na concepção de um programa “Premium” de certificação nesta área.

Na área de certificações de equipamentos elétricos para áreas classificadas Ex, inspeções de 3ª parte, consultorias para cadastros em CRCC e outros, já temos acompanhado, ao menos, um crescimento da procura, cotações e etc. Sinal de que existe perspectiva de novos trabalhos, que entendo ser fruto da retomada geral da economia.  No entanto, em termos  macro- econômicos, podemos ter rapidamente uma reversão deste cenário, se as pesquisas eleitorais do próximo ano mantiverem a tendência que vêm indicando até este momento.”

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