CERVERÓ AFIRMA QUE DIRETORIA NA BR DISTRIBUIDORA SERIA RECONHECIMENTO DE LULA POR AJUDA EM CONTRATAÇÃO DA SCHAHIN
A delação premiada de Nestor Cerveró tem trazido diversas informações novas sobre os esquemas ilícitos dentro da Petrobrás. No documento, o ex-diretor da área internacional da Petrobrás deu detalhes sobre sua indicação para a diretoria Financeira e de Serviços da BR Distribuidora em 2008, como forma de “reconhecimento da ajuda” no episódio de contratação da sonda Vitória 10.000.
Recém saído da diretoria Internacional da Petrobrás, o executivo teria sido indicado pelo ex-presidente Lula para a função na subsidiária. O contrato celebrado entre a Schahin e a Petrobrás para operação da sonda teria tido a colaboração de Cerveró, e foi responsável pela quitação de um empréstimo obtido pelo pecuarista José Carlos Bumlai, em nome do Partido dos Trabalhadores, junto ao banco Schahin.
O documento também explica o processo de “loteamento” de cargos dentro da BR Distribuidora entre PT, PMDB e PTB. Em 2009, segundo o ex-diretor, o então presidente da subsidiária, José Eduardo Dutra, foi retirado do seu cargo para esvaziar a CPI da Petrobrás que estava acontecendo no Congresso.
A influência do senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) começou a crescer cada vez mais dentro da BR Distribuidora. De acordo com Cerveró, sua posição na empresa só foi mantida porque ele não atrapalhava os negócios do alagoano. Destino diferente teve o ex-diretor José Zonis, demitido junto a outro diretor da companhia por conta de uma campanha de mudança nos critérios de contratação, em 2012.
No ano seguinte, Cerveró afirma ter ouvido de Collor que a presidente Dilma Rousseff tinha colocado à disposição de Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. A campanha para o governo de Alagoas em 2010, segundo Cerveró, pode ter tido fundos obtidos junto à subsidiária da Petrobrás. Pelo menos foi o que sugeriu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em uma conversa com o ex-diretor da estatal naquele ano.
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