CERVERÓ É VAIADO E OUVE GRITOS DE LADRÃO AO VIAJAR EM AVIÃO DE VOLTA PARA CASA

Depois de tantas idas e vindas, o ex-diretor da área internacional da Petrobrás Nestor Cerveró deixou a cadeia para passar o Natal com a família no Rio de Janeiro. Mas o benefício não vai muito longe. Logo depois do ano novo, Cerveró vai voltar para prisão, em Curitiba. No vôo para o Rio de Janeiro, Cerveró entrou com dois policiais federais e sentou no ultimo banco da aeronave. Mas houve quem o visse. Foi o fim da tranquilidade. Os gritos de ladrão, ladrão, ecoaram na aeronave.  Ele precisou descer pela porta traseira do avião para entrar num carro da Polícia Federal que o levou até seu apartamento, em Ipanema.

Depois deste teste de popularidade, certamente não vai aproveitar o fim de ano para circular pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, ir a praia ou a restaurantes. Vai ficar confinado no seu apartamento, revivendo os bons momentos com a família e uma tornozeleira eletrônica.

Preso desde janeiro, ele foi liberado por ordem do juiz sérgio Moro. O benefício da saída temporária consta do acordo de delação premiada que o ex-dirigente firmou com a Procuradoria-Geral da República. O filho de Cerveró, Bernardo,   pivô da prisão do ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral,  gravou conversas que comprovam, segundo os investigadores, que o senador trabalhou para boicotar as investigações da Operação Lava Jato e impedir o acordo de delação premiada do ex-dirigente. De acordo com conversa gravada por Bernardo, Delcídio disse que ministros do STF poderiam ser influenciados em prol da soltura de Cerveró. A ideia do senador petista era, depois de garantir a liberdade de Cerveró, articular a fuga do ex-diretor pelo Paraguai e depois por meio de um jatinho, sem escalas, até a Espanha. Cerveró tem dupla cidadania, brasileira e espanhola.