CHEFE DA ORGANIZAÇÃO DE ENERGIA ATÔMICA DO IRÃ DIZ QUE O PAÍS ULTRAPASSOU OS 120 QUILOS DE URÂNIO ENRIQUECIDO A 20%
A notícia dada com orgulho em Teerã de que o Irã ultrapassou os 120 quilos de urânio enriquecido a 20%, anunciada no sábado à noite pelo chefe da Organização de Energia Atômica iraniana, acendeu novamente uma luz amarela, quase laranja, não só na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), como nos Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e, principalmente, em Israel. “Ultrapassamos os 120 quilos, temos mais do que esse valor. O nosso povo sabe muito bem que deveriam dar-nos o combustível enriquecido a 20% para usar no reator, mas não nos dão”, disse Mohammad Eslami, em declarações à televisão estatal. Ele também disse que se o país não produzisse, haveria problemas pela falta de combustível para o reator de Teerã.
De acordo com as estimativas feitas em final de agosto, o Irã terá aumentado o armazenamento de urânio enriquecido a 20% para 84,3 quilos, nível que, em teoria, lhe permite produzir isótopos médicos, usados principalmente no diagnóstico de certos tipos de câncer. Já em abril, a república islâmica ultrapassou o limite sem precedentes de 60% e produziu a partir de 10 quilos, aproximando-se dos 90% necessários à construção de uma bomba.
O acordo nuclear concluído em 2015, assinado entre o Irã, por um lado, e os Estados Unidos, o Reino Unido, a China, a Rússia, a França e a Alemanha, por outro, oferecia a Teerã o levantamento de parte das sanções internacionais em troca de uma drástica redução do seu programa nuclear, colocado sob controle das Nações Unidas. No entanto, após a saída dos Estados Unidos do acordo, em 2018, sob a presidência de Donald Trump, o Irã abandonou gradualmente os seus compromissos, enquanto Washington impôs mais sanções.
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