CHINA SE APROXIMA DO IRÃ PARA APROVEITAR O VÁCUO DA AUSÊNCIA DE EUROPEUS POR FORÇA DAS SANÇÕES AMERICANAS
A China abre o óleo no gás e no petróleo do Irã. Cerca de 40% de petróleo que a China consome é proveniente do Oriente Médio, o que explica a grande atenção que Pequim está prestando para esta região do mundo. Neste contexto, as sanções dos EUA contra o Irã são muito vantajosas para o gigante asiático. Na semana passada, a empresa francesa Total saiu oficialmente do Irã após não ter conseguido convencer Washington a autorizá-la a trabalhar com companhias iranianas, deixando livre uma grande participação em um dos maiores campos de gás do mundo, o South Pars para a CNPC, da China. Devido às recentes sanções americanas, poucas empresas querem adquirir os ativos e, além disso, a dependência de Teerã de Pequim aumentou ainda mais. É da China, o maior importador do petróleo iraniano, que dependerá em grande parte o efeito das sanções, afirma o analista do Expert. Nos últimos anos, as companhias de energia chinesas investiram vários bilhões em ativos no Iraque, Emirados Árabes Unidos e Irã. As empresas chinesas mostram muito interesse nos recursos energéticos da Arábia Saudita e Qatar, assim como na modernização de uma refinaria de petróleo iraniana, avaliada em US$ 1,5 bilhões.
Embora as posições das empresas americanas e europeias no Oriente Médio continuem sendo fortes, há muitos fatores além das sanções que beneficiam a China. Os países europeus que possuem empresas energéticas dependem muito menos do combustível do Oriente Médio do que a China, cujas importações de petróleo quase duplicaram nos últimos 10 anos. O consumo de gás também está crescendo após Pequim ter mudado a política ecológica. Ao mesmo tempo, em maio, outra gigante de petróleo chinesa, a Sinopec, enviou ao Irã uma delegação para completar a transação, avaliada em 3 bilhões de dólares, com vista ao desenvolvimento do campo de petróleo de Yadaravan, substituindo assim a anglo-holandesa Shell, que abandonou o Irã em meio às sanções americanas. As empresas chinesas estão criando companhias conjuntas com parceiros iranianos para construir ferrovias, linhas de metrô e fábricas de automóveis, enquanto as lojas iranianas já estão cheias de produtos chineses.
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