CHRISTINO ÁUREO PREVÊ RETOMADA DOS INVESTIMENTOS DA PETROBRÁS A PARTIR DO PRÓXIMO ANO | Petronotícias




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CHRISTINO ÁUREO PREVÊ RETOMADA DOS INVESTIMENTOS DA PETROBRÁS A PARTIR DO PRÓXIMO ANO

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

christinoMuito tem se comentado no mercado sobre a expectativa da Petrobrás alcançar um alto lucro no balanço do terceiro trimestre, aproveitando a conjuntura de barril a US$ 80 e inércia nos investimentos. Mas, na opinião de pessoas que conhecem bem este mercado, há expectativas de que a estatal comece a desembolsar recursos a partir do ano que vem, após as eleições. Essa visão é compartilhada pelo deputado estadual (RJ) Christino Áureo, que acredita em novos investimentos da petroleira entre 2019 e 2022. “Acredito que a Petrobrás está animada para investir. Tenho conversado com o presidente [Ivan Monteiro] e diretores e vejo que temos um campo aberto para retomar”, afirmou o parlamentar, que hoje disputa uma vaga de deputado federal. Aliás, caso eleito, Áureo planeja liderar, em Brasília, as discussões para elaboração de um planejamento estratégico para reanimar a indústria naval brasileira. “É preciso definir o que é possível contratar internamente, quais são os níveis de competitividade que a indústria naval tem hoje, e o que falta a ela para que possamos ter uma retomada”, disse.

Há uma grande expectativa em torno da retomada dos investimentos da Petrobrás no setor de óleo e gás. Como o senhor avalia esse cenário?

Eu tenho conversado com diferentes agentes dentro do setor. A minha visão é de que, dentro do próximo período de mandatos, entre 2019 e final de 2022, acontecerá a retomada dos investimentos. Tudo indica que, nos próximos dois ou três anos, teremos uma manutenção do preço da commodity. O preço padrão que temos hoje deverá ser mantido nos próximos dois ou três anos. Com esse nível de preço, o endividamento da Petrobrás será reduzido a um nível mais tolerável. Com isso, os investimentos que foram adiados vão acontecer. 

O pré-sal já está muito contratado. A Petrobrás já sinalizou, na formação dos consórcios, que vai investir. Ainda que tenha de abrir mão da participação de alguns blocos, justamente para poder atrair o capital. Está claro para o mercado que, com esse preço do barril, o Comperj – em parceria com os chineses – terá a conclusão da UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural). Acho que falta algo em torno de US$ 500 milhões e US$ 600 milhões.

Existe também muita expectativa em torno da parceria da Petrobrás com os chineses para conclusão do Comperj…

Tudo o que eu tenho ouvido é que os chineses da CNPC (Corporação Nacional de Petróleo da China), que estavam um pouco arredios em relação à refinaria, agora estão com apetite total. O Comperj já recebeu US$ 13 bilhões em investimentos e precisa ainda de mais US$ 3 bilhões, totalizando US$ 16 bilhões. No meio dos próximos mandatos, você terá a UPGN. E daqui a dois ou três anos, no máximo, teremos uma refinaria já começando a rodar.

O Comperj está atrelado aos investimentos dos chineses no campo de Marlim. Será mais US$ 1 bilhão, pelo menos, para a retomada do campo, além de outros projetos da China com a Petrobrás. Isso será um volume de investimentos da ordem de US$ 4,5 bilhões, ao todo. É um valor muito expressivo para um período de quatro anos. 

De que forma os recursos em campos maduros serão importantes para o setor?

Na minha opinião, investir em campos maduros é um caminho que será seguido. E a nossa luta, lá atrás, para sustentar o Repetro, foi muito importante, porque os campos maduros têm investimentos em equipamentos de maneira significativa. Sem o Repetro, não haveria esses investimentos. Então, acredito que a Petrobrás está animada para investir. Tenho conversado com o presidente e diretores e vejo que temos um campo aberto para retomar. Principalmente na região de Macaé, onde estamos cuidando de vários temas.

Quais temas, especificamente?

Venho tratando da questão do aeroporto de Macaé, cuja concessão em bloco com o [aeroporto] de Vitória tem que sair até o final deste ano. Não podemos ter uma estrutura deficitária na região, pelo contrário. Imagine um investidor internacional que deseja fazer investimentos em Macaé e não conseguir chegar usando uma aeronave comercial de porte… O terminal de passageiros está pronto, mas temos que cuidar dos investimentos na pista e das estradas.

Ontem (1º), começaram as obras na RJ-106 (Amaral Peixoto), ligando Rio das Ostras a Macaé. Mas, também as rodovias estaduais estão em um edital de concessão e precisamos fazer com que a malha em volta do município de Macaé receba recursos. 

O senhor tem conversado com muitas pessoas do setor nestes dias. O que tem ouvido dos executivos?

O setor espera responsabilidade por parte das autoridades na regulação e que o Brasil faça as reformas para simplificar a legislação tributária. Acho que na matéria de conteúdo local e retomada da indústria naval, temos que ter uma visão que olhe sim para o desenvolvimento das nossas bases instaladas. 

Se por um lado, temos que cobrar investimentos maiores da Petrobrás e demais empresas, por outro temos que ter um equilíbrio entre essas duas vertentes. O conteúdo local precisa estar equilibrado dentro da discussão, sabendo que não podemos simplesmente contratar, no exterior, por preços de ocasião. Temos que ter uma política industrial interna que garanta produtividade. Queremos que os setores da cadeia local de fornecedores sejam competitivos e equilibrados com os custos do exterior. Então, cumpridas essas premissas, teremos uma próxima década muito promissora. Estou muito otimista. Vou buscar esse mandato de deputado federal porque acho que ele acontecerá dentro de um momento de retomada. Quero colocar minha experiência à disposição. Fui cinco vezes secretário de estado, passei pela área de Desenvolvimento Econômico, pela Casa Civil, três mandatos de deputado estadual, nasci em Macaé e me criei vendo o desenvolvimento da indústria. 

O senhor mencionou anteriormente a questão da indústria naval. O que, na sua visão, deve ser feito para retomar esse setor?

Recentemente, se fez para o setor automobilístico o Rota 2030, que olha para a perspectiva desta indústria, dando um planejamento para 10 anos, pelo menos. Acho que falta para nossa indústria naval um planejamento feito pelos governos federal, estaduais e membros do setor. É preciso definir o que é possível contratar internamente, quais são os níveis de competitividade que a indústria naval tem hoje, e o que falta a ela para que possamos ter uma retomada. Falta um farol – um planejamento claro. Quero liderar, no Congresso, a discussão desse farol para a indústria naval. 

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O secretário não trouxe nada de novo que não se conheça. O assunto mais importante que é o terminal portuário, ele nem tocou neste assunto. Sem terminal Macaé começa cair aos poucos como cidade offshore e logo será ultrapassado pelo Porto do Açu, Rio de Janeiro e Santos.
Os investimentos no Campo de Marlim são pontuais não iram trazer criação massiva de postos de trabalho. é do tipo saem 7 e entram duas. Ocorre que são duas fabricadas lá fora e não no Brasil.Não gera emprego em Macaé e nem no Brasil.