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COM AS SANÇÕES AMERICANAS AO PETRÓLEO RÚSSO E VENEZUELANO, CANADÁ EXPORTA 200 MIL BARRIS POR DIAS PARA A CHINA

petroleiro caDepois das sanções comerciais dos Estados Unidos contra o petróleo da Rússia e da Venezuela, a China emergiu como o principal cliente do petróleo canadense enviado pelo oleoduto expandido Trans Mountain, segundo dados de rastreamento de navios, já que uma guerra comercial com os EUA alterou os fluxos de petróleo bruto no ano desde que o oleoduto começou a operar. Agora, ao que parece, a bola do risco está no colo do Canadá, que de uma certa forma está burlando o embargo. O novo interesse da China pelo petróleo canadense ocorre em um momento em que a guerra comercial do presidente americano Donald Trump tem prejudicado as relações entre Washington e Ottawa, aliados de longa data. A situação também reflete o impacto das sanções americanas ao petróleo bruto de países como Rússia e Venezuela.

O Canadá é o quarto maior produtor de petróleo do mundo, mas sua principal província produtora de petróleo, Alberta, não tem litoral e tem acesso limitado a portostrans marítimos. Isso significa que a maior parte do petróleo canadense — cerca de quatro milhões de barris por dia – 90%  é exportada para os EUA por oleodutos que correm de norte a sul. O Oleoduto Trans Mountain, de U$ 34 bilhões, transporta petróleo para a Costa do Pacífico, onde pode ser carregado em navios-tanque para exportação. A expansão, que iniciou suas operações em 1º de maio de 2024, triplicou a capacidade do oleoduto para 890.000 barris por dia e abriu oportunidades para o petróleo canadense na Costa Oeste dos EUA e nos mercados asiáticos.

Embora o petróleo esteja atualmente isento de tarifas dos EUA, o Canadá tem procurado diversificar suas exportações devido às breves taxas dos EUA sobre seu petróleo bruto e às ameaças de Trump de anexar o país. O Canadá enviou cerca de 207.000 CANADAbarris por dia (bpd), em média, para a China desde que a expansão da Trans Mountain atingiu a plena operação em junho do ano passado, segundo dados de rastreamento de navios petroleiros. Esse foi um aumento enorme em relação à média de cerca de 7.000 bpd na década até 2023. Os EUA retiraram cerca de 173.000 bpd do oleoduto no mesmo período. A posição de destaque da China como compradora do TMX desafia algumas expectativas iniciais de que os EUA seriam o maior comprador de petróleo bruto enviado pelo oleoduto, que é de propriedade do governo canadense.

Muitos esperavam que seus barris fossem parar na Costa Oeste, em vez da Ásia, que tem acesso ao petróleo russo maisbob barato. No entanto, as políticas protecionistas de Trump tornaram o Canadá mais atraente para compradores chineses nos últimos meses, disse Philippe Rheault, diretor do Instituto Chinês da Universidade de Alberta. A China também tem relutado em depender excessivamente do fornecimento de energia russo, disse Rheault. “Muitas refinarias da China também estão cientes das sanções dos EUA e, por isso, têm tentado diversificar sua produção, afastando-se do petróleo da Venezuela e de outros lugares.”

No ano desde a expansão do oleoduto, as exportações canadenses de petróleo bruto para outros países além dos EUA aumentaram quase 60%, atingindo um recorde anual de cerca de 183.000 bpd em 2024. Outros países que estão recebendo petróleo bruto canadense incluem Coreia do Sul, Japão, Índia, Brunei e Taiwan. Nos últimos meses, vários políticos canadenses pediram novos oleodutos para terminais de exportação costeiros para reduzir a dependência dos EUA. Mas obstáculos regulatórios, financeiros e políticos continuam a sufocar esse desenvolvimento.

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