COM CHUVAS ABAIXO DA MÉDIA NO PAÍS, GOVERNO PREPARA PLANO DE CONTINGÊNCIA E AVALIA LEILÕES DE RESERVA

Reunião do CMSE

A reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) desta semana trouxe uma real dimensão do tamanho do desafio que o país terá nos próximos meses em relação ao nível de chuvas. Para o segundo semestre, os modelos indicam com grau de incerteza a configuração do fenômeno La Niña. Além disso, a previsão entre setembro e novembro indica chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste e temperatura acima da média histórica em todo o Brasil. Por conta disso, o governo já prepara um plano de contingência para garantir segurança energética. Além disso, novos leilões de reserva de capacidade poderão ser realizados em breve.

Ainda durante a reunião, uma análise prospetiva do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que, entre os meses de setembro a dezembro, em cenários de elevada demanda e baixa contribuição da geração eólica, será necessária a utilização de recursos da reserva operativa para o atendimento da demanda máxima (ponta) do sistema. Diante dessas circunstâncias, o CMSE  aprovou ações preventivas para a maximização de recursos para o atendimento à ponta do Sistema Interligado Nacional (SIN). Entre as ações, está a continuidade do despacho das usinas termelétricas a Gás Natural Liquefeito (GNL) Santa Cruz e Linhares ao longo de todo o mês de novembro.

Também está no radar a possibilidade do despacho flexível das usinas termelétricas a GNL Santa Cruz, Linhares e Porto Sergipe de modo flexível, buscando a minimização do custo total de operação do SIN, para atendimento à ponta de carga do sistema considerando Custos Variáveis Unitários (CVUs) a serem autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em agosto, as bacias hidrográficas de interesse do SIN apresentaram precipitação inferior à média histórica. Apesar do cenário desfavorável na região Norte, o armazenamento equivalente no SIN é de 58% e, ao final do período seco, deve atingir entre 42% e 49%.

Um pouco antes da reunião do CMSE, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitou ao ONS um plano de contingência para garantir a segurança energética do Brasil até 2026. Os meses de junho, julho e agosto deste ano registraram o menor volume de chuvas em 94 anos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que agravou a situação dos reservatórios. Com a seca, espera-se o acionamento de 70% a 80% das termelétricas, entre outras medidas, para assegurar o fornecimento de energia. O ministério também abriu consulta pública para leilões de reserva de capacidade, e a equipe técnica já está consolidando as contribuições para dar início aos certames.