MEGATRANZ CONCLUI TRANSPORTE DE REATORES PARA TECHNIP E APONTA FALHAS NA INFRAESTRUTURA DO PAÌS | Petronotícias




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MEGATRANZ CONCLUI TRANSPORTE DE REATORES PARA TECHNIP E APONTA FALHAS NA INFRAESTRUTURA DO PAÌS

Além da alta carga tributária e da falta de mão de obra qualificada, outro gargalo encontrado pela indústria de petróleo e gás no Brasil é a logística. Com estradas imprórpias para transporte de cargas pesadas, e ferrovias insuficientes, o país ainda enfrenta problemas com transporte de equipamentos pesados. Um exemplo é o reator italiano do Comperj, encomendado pela Petrobrás e encalhado no porto do Rio, pois com seus 11 metros de diâmetro e 1000 toneladas de peso, o equipamento é de difícil transporte, e só está tendo sua situação resolvida agora, cerca de dois anos após sua chegada no porto. Com experiência no setor de logística para o setor de petróleo e gás, a Megatranz recentemente cumpriu contrato com a Technip para transporte marítimo, desde a Itália até o Brasil, de quatro reatores, que serão utilizados na Refinaria de Presidente Bernardes (SP). No processo de transporte, inclusive, foi utilizada pela primeira vez no Brasil uma carreta de 32 eixos. Para falar mais sobre o setor de logística no Brasil e sobre o trabalho da Megatranz, o Diretor Operacional da empresa, Renato del Castilho Zuppato conversou com o repórter André Dutra.

Como foi o contrato com a Technip?

Foi um contrato para o transporte marítimo dos quatro reatores da Itália até o Porto de Cubatão, local mais próximo da refinaria adequado para acomodar os equipamentos. Uma marca deste contrato foi o primeiro uso da nossa carreta de 32 eixos, fabricada pela Scheuiller, empresa alemã. Apesar de não ser o reator ou equipamento mais pesado que já transportamos, o uso desta carreta foi necessário para distribuir melhor o peso e possibilitar a passagem por um viaduto que oferecia pouca resistência, durante o trajeto de 15 quilômetros entre o porto e a refinaria.

Que outros contratos foram importantes para a Megatranz neste ano?

Tivemos diversos contratos de cargas, como o transporte dos módulos da P-58, do Rio de Janeiro para Itaguaí (RS) e também dos módulos da P-62, do Rio Grande do Sul para Recife. Além destes, tivemos alguns contratos para transporte rodoviário de peças, como vasos de 200 toneladas para a Refinaria de Abreu Lima, que na verdade teve que ser feito por via marítima por causa de burocracias.

Que burocracias são enfrentadas no setor?

A maioria dos problemas que temos com burocracia é por causa das concessionárias de estradas, que requerem coisas desnecessárias como caminhão adicional, além de limitarem a circulação das cargas, chegando até mesmo a fechar as rodovias para este tipo de carga entre 21 de dezembro e 7 de janeiro. Além das concessionárias, também há o problema da escolta, que por se tratarem de cargas estratégicas, é feita pela Polícia Rodoviária Federal, que muitas vezes atrasa ou não disponibiliza escoltas por falta de pessoal.

Existe alguma alternativa para aliviar o transporte de cargas rodoviário?

A curto prazo não. Uma opção seria a recuperação e modernização da malha ferroviária brasileira, que hoje é muito limitada. Porém, para o transporte de cargas pesadas, seria necessária uma adaptação bem extensa da infraestrutura rodoviária, com a troca de bitolas e a introdução de carretas específicas para este tipo de carga, o que demandaria um alto investimento.

Quais seriam as soluções para o gargalo da logística na indústria brasileira?

Infraestrutura. Se eu tivesse que resumir em uma palavra seria esta. O caso do reator do Comperj, por exemplo, só está lá até hoje por falta de infraestrutura para transporte, já que é impossível, com as estradas disponíveis, leva-lo até o Comperj. A solução encontrada pela Petrobrás, embora tardia e cara, é a única opção para transportar o equipamento, que inclusive foi desembarcado pela Megatranz e está acomodado sobre nosso equipamento. O problema real não está na falta de capacidade de carga das empresas no Brasil, mas sim na falta de infraestrutura para que a logística seja feita de forma mais eficiente.

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