COM RECEITA ANUAL DE US$ 1,1 BILHÃO, ODEBRECHT ÓLEO E GÁS AGUARDA JUSTIÇA HOMOLOGAR PLANO DE RECUPERAÇÃO
Apesar de ter sofrido os impactos da imagem desgastada da controladora com os escândalos de corrupção desvendados pela Lava Jato, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG) diz não ter sido alvo direto da operação, mesmo após a prisão de seu ex-presidente Roberto Ramos, em 2016, e da descoberta de mensagens de Marcelo Odebrecht fazendo menções a sobrepreço no aluguel de sondas, em 2015, e agora a empresa segue confiante de que conseguirá a homologação do seu plano de recuperação na justiça. As dívidas são da ordem de US$ 5 bilhões e o plano teve aprovação de 60% dos credores, mas valerá para todos os que detêm créditos a receber da empresa, caso seja avalizado judicialmente. O presidente da OOG, Roberto Simões, conta que a receita anual da empresa se mantém atualmente em cerca de US$ 1,1 bilhão, a partir de nove ativos em operação, e tem a expectativa de aumentar os resultados com o FPSO Pioneiro de Libra, no pré-sal, que deverá começar a produzir em breve, como parte do Teste de Longa Duração do campo.
– Quais são as fontes de receita da OOG atualmente e quanto elas geram? Quais são as outras perspectivas de geração de receita da empresa? Quais ativos se encontram sem contrato e quais ainda possuem contrato?
A Odebrecht Óleo e Gás tem receita anual da ordem de US$ 1,1 bilhão. A companhia atua nas áreas de perfuração e produção offshore, construção submarina e manutenção offshore. Nove ativos da empresa seguem operando normalmente, apresentando bons índices de performance, cujos resultados reforçam a continuidade dos contratos de afretamento e operação. Já o FPSO Pioneiro Libra chegou ao Brasil no mês passado e aguarda licença para operação.
– Ainda há expectativa de retomar os contratos de sondas cancelados pela Petrobrás? Em caso negativo, qual a perspectiva de operação para essas sondas?
A Odebrecht Óleo e Gás teve apenas um contrato cancelado, em 2015.
– No anúncio da recuperação extrajudicial, a empresa afirmou que tinha chegado a um acordo com os credores responsáveis de cerca de 60% dos créditos devidos pela Odebrecht Óleo e Gás. Como está a relação com os representantes dos demais 40% da dívida? Essa outra parte da dívida não faz parte do plano de recuperação? Como pretendem equacionar esses valores a pagar?
Com a recuperação extrajudicial, negociamos com os credores mais representativos, cuja expressiva maioria – mais de 60% dos detentores da dívida reestruturada – aprovou o plano. Quando o plano for homologado pela Justiça, porém, ele passa a valer, vinculando todos os credores.
– Como vê o horizonte de negócios para a Odebrecht na área de óleo e gás depois da Operação Lava Jato e do acordo de leniência?
Inicialmente, é importante esclarecer que após anos de investigações e dezenas de delações, não há qualquer acusação levantada contra a OOG, seus contratos, nem qualquer um de seus executivos. Em adição, investigação independente feita na OOG, por escritório de renome e firma forense internacional, não encontrou qualquer irregularidade. Portanto, a OOG não tem qualquer envolvimento na Lava Jato.
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