COM O SETOR DE GÁS NATURAL EM ASCENSÃO, ESPÍRITO SANTO PODE SER O DESTINO DE NOVO TERMINAL DE GNL DE R$ 291 MILHÕES | Petronotícias




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COM O SETOR DE GÁS NATURAL EM ASCENSÃO, ESPÍRITO SANTO PODE SER O DESTINO DE NOVO TERMINAL DE GNL DE R$ 291 MILHÕES

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Heloísa-Borges-1200x900O cenário parece promissor para o Espírito Santo quando o assunto é gás natural. Com projetos de portos, termelétricas, Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN) e até a possibilidade de uma rota de escoamento do gás do pré-sal, o estado também pode ser o destino de um novo terminal de regaseificação de GNL. O investimento no empreendimento passaria dos R$ 290 milhões, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A estatal lançou nesta semana a primeira edição do “Plano Indicativo de Terminais de GNL”, que detalha projetos apresentados em nível conceitual que podem vir a ser detalhados por empresas interessadas. A publicação foi supervisionada pela Diretora de Estudos de Petróleo e Gás Natural da EPE, Heloisa Borges (foto). O projeto indicado pela EPE no estado ficaria na cidade capixaba de Presidente Kennedy, a 150 quilômetros da capital Vitória. Segundo a estatal, o Espírito Santo desponta como uma das áreas centrais no mercado de gás natural brasileiro, conectando os mercados do Nordeste e do Sudeste.

Atualmente, a região Sudeste já dispõe de dois terminais de GNL, ambos no Rio de Janeiro – o terminal da Baía de Guanabara (RJ), com capacidade de regaseificação de 30 milhões de m³/dia; e o terminal do Porto do Açu, da Gás Natural Açu (GNA), que fornecerá gás para empreendimentos termelétricos. A EPE diz que a quantidade de termais desse tipo no Sudeste pode eventualmente subir, “já que diversos investidores têm voltado sua atenção para a região”. Segundo a estatal, há pelo menos seis terminais adicionais sendo estudados, em diferentes etapas de desenvolvimento. 

terminal-gas-1024x633Nesse cenário, a cidade de Presidente Kennedy está bem privilegiada. O estudo lembra que para o município pelo menos dois projetos de termelétricas de médio ou grande portes, além da construção de uma zona portuária industrial, o Porto Central. A previsão é que grandes consumidores de gás instalem suas indústrias no local. A cidade também poderá abrigar uma nova rota de escoamento de gás do Présal, conforme apresentado no Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de Gás Natural, também elaborado pela EPE. Mas o potencial de crescimento desse mercado no Espírito Santo não se restringe aos empreendimentos onshore. Como se sabe, a empresa EnP, liderada pelo executivo Marcio Felix, está buscando parceiros para construção de um hub offshore de gás natural no estado.

O terminal indicado pela EPE no Espírito Santo ficaria localizado na área do Porto Central – empreendimento ainda não construído, mas que já possui Licença de Instalação. “Assumiuse a interligação do terminal a um ponto de interconexão do gasoduto Porto Central/ES GASCAV/ES, duto com 15 quilômetros e 20 polegadas, estudado no PIG 2019. Adicionalmente, vale ressaltar que este gasoduto se conectaria à malha integrada através do gasoduto GASCAV proporcionando, assim, mais oportunidades para o escoamento do gás regaseificado pelo terminal”, detalhou o estudo.

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Custos para instalação do terminal de GNL – clique para ampliar

Os custos do terminal, sem tancagem, foram estimados em R$ 291 milhões. A implantação de um gasoduto terrestre se apresentaria como o investimento mais significativo, correspondendo a 43% dos custos diretos do empreendimento (78,2 milhões), como detalha a figura ao lado. A EPE calculou ainda qual seria o valor do investimento total caso o terminal contasse com tancagem. Nesse caso, os recursos necessários para a instalação do empreendimento subiriam para R$ 2,7 bilhões, uma elevação de R$ 2,4 bilhões em relação ao projeto sem estocagem.

Analisouse a possibilidade de inserção de uma tancagem adicional em terra, construindose na costa um tanque com capacidade de 180.000 m³ de GNL, equivalente a cerca de 105 milhões de m3 de gás regaseificado, em uma área já reservada no projeto do Porto Central”, detalhou a EPE. “Devido a estes elevados custos, percebese dificuldade em encontrar agentes dispostos a realizar estes investimentos, contudo essa decisão poderá ser tomada caso faça parte da estratégia de algum empreendedor”, acrescentou.

Além do terminal do Espírito Santo, o estudo da EPE também indicou mais três potenciais projetos em diferentes regiões do país: Itacoatiara (AM), São Luís (MA) e Pontal do Paraná (PR). Os quatro projetos de terminais de regaseificação de GNL totalizam uma capacidade de regaseificação de 56 milhões de m³/dia e os investimentos alcançariam o patamar de R$ 1,1 bilhão. 

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