COMISSÃO DO SENADO APROVEITA EVIDÊNCIA E CONVOCA DIREÇÃO DA CHEVRON PARA DEPOIMENTO EM BRASÍLIA
A Comissão de Meio Ambiente do Senado aproveita–se da situação de evidência negativa Chevron para pegar uma carona na mídia. Ela marcou para ouvir os representantes da empresa nesta quinta-feira,em Brasília. De prático mesmo, a convocação feita pelo presidente da Comissão, Senador Rodrigo Rollemberg, não vai contribuir em nada para resolver o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Os enviados da petrolífera americana deverão esclarecer algumas questões para os parlamentares. Outra ação que na prática não vai ajudar em nada a solução do problema, foi a determinação de impedir a saída do país do presidente da empresa no Brasil, George Buck e outros 16 funcionários da Chevron e da Transocean. A audiência também também terá os depoimentos de representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério Público Federal (MPF) e o delegado de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal, Fábio Scliar. No último dia 4, a Chevron comunicou o derramamento de óleo próximo do local onde ocorreu o primeiro vazamento em novembro do ano passado. A ANP criou um comitê formado por técnicos da petrolífera, da Petrobras e da Frade Japão Petróleo – que detêm participação na concessão – para avaliar os novos pontos de vazamento de óleo no solo marinho. Técnicos da agência constataram na última quinta-feira, por meio de filmagens submarinas, cinco pontos de vazamento ao longo de uma fissura de 800 metrosde extensão. Foi identificado o aparecimento de gotículas de óleo, em uma vazão reduzida. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal e o MPF acusaram a Chevron de ter utilizado uma pressão na perfuração do poço superior à tolerada de forma premeditada. O excesso de pressão é apontado como uma das causas do vazamento, que estaria “fora de controle”. O MPF não descarta pedir à Justiça a prisão preventiva dos executivos da Chevron. O governo federal avalia prolongar a interrupção da exploração de petróleo no campo. Mas talvez seja importante apurar realmente se efetivamente foi a Chevron ou a Transocean quem fez a sísmica na região. A comissão poderia contribuir e muito se conseguisse arrancar dos diretores da Chevron o nome da empresa responsável pelo trabalho de sísmica feito na região do vazamento. Até onde se sabe, teria sido esta empresa a real responsável pela injeção de pressão acima da capacidade de resistência, provocando as fissuras no solo e o consequente vazamento. Não há muitas empresas que são capacitadas para este tipo de atividade no Brasil. Apenas quatro, mas o seu nome está protegido por uma cláusula contratual de confidencialidade.
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