COMISSÃO EUROPEIA DIZ QUE PORTUGAL CUMPRIU TODAS AS REGRAS PARA INICIAR EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO ALGARVE | Petronotícias




faixa - nao remover

COMISSÃO EUROPEIA DIZ QUE PORTUGAL CUMPRIU TODAS AS REGRAS PARA INICIAR EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO ALGARVE

zzzzzzzA luta ambiental pela exploração de petróleo no Algarve, em Portugal, continua firme. Agora, a  Comissão Europeia considera que Portugal cumpriu as regras comunitárias no processo relacionado a exploração de  Aljezur para prospecção de petróleo e  que cabe ao Estado decidir da necessidade de avaliação de impacto ambiental:  “A Comissão não tem motivos para considerar que o processo de dispensar a avaliação de impacto ambiental na exploração  de Aljezur não foi conduzido em conformidade com a diretiva da União Europeia,  que estabelece uma distinção entre atividades específicas de extração de petróleo e prospecção e perfurações, refere aquela instituição.” Para as atividades de extração de petróleo é obrigatória uma avaliação de impacto ambiental (AIA), enquanto que para a prospecção e perfurações, abrangidas, cabe aos Estados-membros determinarem se é necessário proceder à avaliação de impacto ambiental. No entanto, o poder de apreciação dos Estados-membros está limitado por um artigo que exige a realização de uma AIA quando os projetos são susceptíveis de ter efeitos significativos no ambiente.

As operações programadas na costa portuguesa estão limitadas a perfurações exploratórias e a prospecção de petróleo, pelo que não estão abrangidas pela regulamentação europeia,  que obriga à realização da avaliação. Segundo as informações disponíveis, as operações foram submetidas a uma análise caso a caso e a uma verificação prévia destinada a avaliar se eram susceptíveis de ter efeitos significativos. O procedimento de verificação “realizado pelas autoridades competentes portuguesas, que também procederam a uma análise do risco, concluiu que as operações não são susceptíveis de ter efeitos significativos”, disse a Comissão Europeia.  “As atividades de prospecção ao largo de Aljezur não utilizarão métodos de fraturação hidráulica. Estão programadas para ser executadas num corredor utilizado  pelo tráfego marítimo, a 50 quilômetros da costa, e não interferem com qualquer zona protegida”, diz  o governo português.

Marisa Matias, deputada de esquerda,  quis saber se a Comissão Europeia considera que este processo respeita a legislação europeia e questiona que medidas serão tomadas para proteger as populações e o ambiente. Marisa Matias recorda que estava previsto o início das atividades de perfuração para prospecção de hidrocarbonetos ao largo de Aljezur, antes do final de 2018, pelas petrolíferas ENI e Galp. E salienta que, em 2016, mais de 42 mil cidadãos manifestaram-se contra a concessão e apenas quatro a favor, e que “todos os municípios do Algarve e do sudoeste alentejano recusaram, a Assembleia da República votou a favor da suspensão do processo, mas o Governo renovou a autorização para a exploração”.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dispensou a AIA, referindo que “não foram identificados impactos negativos significativos“, o que, para Marisa Matias, é “inconcebível, numa altura em que deve ser dada primazia ao combate às alterações climáticas e ao aquecimento global, tendo o próprio Governo português assumido compromissos nesse sentido. A existência de um poço e de uma plataforma petrolífera não só implica sérios riscos para a faixa costeira, o ecossistema, o ambiente e as atividades econômicas da região, como promove uma opção energética que põe em causa o planeta”.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of