COMISSÃO PÚBLICA DE MINNESOTA APROVA CONSTRUÇÃO DE OLEODUTO QUE CORTA O CANADÁ E OS ESTADOS UNIDOS
Os reguladores do Estado de Minnesota, nos Estados Unidos, aprovaram a proposta da gigante canadense Enbridge Energy de substituir o antigo oleoduto da Linha 3 que corta o Canadá e os Estados Unidos. Todos os cinco membros da Comissão de Serviços Públicos apoiaram o projeto e uma estreita maioria aprovou a rota preferida da empresa, apesar da oposição de tribos indígenas e ativistas da mudança climática. Vários comissários citaram a deterioração da condição da linha existente, construída na década de 1960, como um fator importante em sua decisão. Os opositores do oleoduto reagiram com raiva quando ficou claro que os comissários aprovariam o projeto. Eles argumentam que o oleoduto ameaça vazar em áreas frágeis no norte de Minnesota, incluindo áreas onde os índios americanos plantam arroz selvagem. Os índios Ojíbuas, ou Anishinaabe, consideram o arroz selvagem sagrado para sua cultura.
Depois que os comissários concordaram no upgrade do gasoduto era necessário, a comissão votou por 3-2 a favor de uma versão ligeiramente modificada da rota preferida de Enbridge. A empresa queria se afastar do gasoduto existente na região para evitar duas reservas de índios americanos que tem suas áreas cruzadas. A modificação corta uma parte da terra do Fond du Lac Band de Chippewa, para evitar evitar chegar perto de um lago considerado sagrado. Os comissários disseram que ajustariam a rota. Os advogados das tribos apoiaram com relutância a rota alternativa que foi muito mais para o sul como sendo um a opção menos ruim.
Depois que o trabalho da comissão for formalizado nas próximas semanas, os opositores podem entrar com uma moção pedindo que reconsiderada a decisão. Depois disso, eles podem recorrer ao Tribunal de Apelações do Estado. O gasoduto atualmente opera de Alberta, no Canadá, através de Dakota do Norte e Minnesota, até o terminal da Enbridge em Wisconsin. A Enbridge disse que precisa substituir o duto porque está cada vez mais sujeito a corrosão e rachaduras, e que continuará a executar a linha 3 se os reguladores rejeitarem sua proposta. Grande parte do debate se concentrou em saber se as refinarias de Minnesota e do Centro-Oeste precisam do óleo extra. Atualmente, a Enbridge opera a Linha 3 com cerca de metade de sua capacidade original de 760.000 barris por dia, por motivos de segurança, e atualmente a utiliza apenas para transportar petróleo bruto leve.
Os opositores do projeto, incluindo o Departamento de Comércio de Minnesota, argumentaram que as refinarias não precisam disso, porque a demanda por petróleo e derivados de petróleo cairá nos próximos anos à medida que as pessoas mudarem para carros elétricos e fontes de energia renováveis. Grupos de oposição também argumentam que grande parte do petróleo adicional acabaria por fluir para compradores estrangeiros. A Enbridge e seus clientes contestam fortemente esse argumento. Eles disseram que a capacidade reduzida da Linha 3 já está forçando a empresa a racionar severamente o espaço em sua rede de dutos e que a falha em restaurar sua capacidade forçaria a transportadores dependerem mais de trens e caminhões, que são mais caros e menos seguros.
Grupos empresariais e trabalhistas apoiam a proposta de emprego e estímulo econômico que as obras de um novo oleoduto trarão para muita gente. A decisão da Comissão de Serviços Públicos provavelmente não será a palavra final em um processo longo e contencioso que incluiu numerosas audiências públicas e a apresentação de milhares de páginas de documentos desde 2015. Os opositores ameaçaram a repetição dos protestos na Reserva Standing Rock contra o oleoduto em Dakota Access, no qual Enbridge detém uma participação. Esses protestos, em 2016 e 2017, resultaram em violência com mais de 700 prisões. A Enbridge já substituiu o segmento curto da Linha 3 em Wisconsin e colocou-o em serviço. A construção está em andamento no curto segmento que atravessa o nordeste da Dakota do Norte e na seção mais longa de Alberta até a fronteira dos EUA. A Enbridge estimou o custo total do projeto em US$ 7,5 bilhões, incluindo US$ 2,6 bilhões para o segmento norte-americano.
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