COMPANHIAS DE E&P PERDERÃO ATÉ US$ 1 TRILHÃO EM RECEITAS AO LONGO DE 2020 POR CAUSA DA COVID-19
Como já não bastasse o desafio de enfrentar os efeitos da pandemia do coronavírus para a saúde da população mundial, a Covid-19 também está colocando de joelhos as finanças das empresas do setor de óleo e gás. A doença atingiu em cheio o segmento, derrubando a demanda por derivados e virando de ponta a cabeça o mercado internacional. Diante disso, uma nova análise indica que as receitas globais de empresas de exploração e produção (E&P) devem recuar em cerca de US$ 1 trilhão neste ano.
O cálculo foi feito pela consultoria norueguesa Rystad Energy. No ano passado, para se ter ideia, as receitas das companhias de E&P somaram US$ 2,47 trilhões em 2019, mas a nova análise feita pela empresa estima que esse número chegará a US$ 1,47 trilhão, uma queda de 40%. Antes da pandemia de Covid-19, a Rystad esperava que a receita total de E&P chegasse a US$ 2,35 trilhões em 2020.
O cenário de 2021 também não deve ser diferente, ainda segundo a análise feita pela consultoria. Para o próximo ano, as receitas estavam projetadas para US$ 2,52 trilhões, mas o salseiro no mercado provocado pelo novo coronavírus fez com que essa previsão despencasse para US$ 1,79 trilhão. “Essa queda não só prejudica a solidez das empresas e reduz o dinheiro disponível para investimentos e dividendos, mas também reduz significativamente a receita tributária do governo. Será um desafio para os Estados dependentes do petróleo, como a Rússia e muitos países do Oriente Médio, sustentar seus orçamentos”, avaliou a analista upstream da Rystad Energy, Olga Savenkova (foto).
As receitas de 2020 serão menores até mesmo daquelas que foram verificadas na crise do preço de barril de petróleo de 2015. Naquele ano, as empresas de E&P tiveram receitas um pouco acima dos US$ 2 trilhões. No ano seguinte, o número caiu para cerca de US$ 1,7 trilhão.
A Rystad também fez uma revisão em sua previsão acerca dos gastos de upstream em 2020. A consultoria esperava que esses números caíssem cerca de 20% este ano, como resultado da pandemia do Covid-19. Mas como as empresas continuaram a reduzir os investimentos, agora a empresa estima que os gastos em upstream caiam 25%, passando de US$ 530 bilhões em 2019 para US$ 410 bilhões neste ano.
“Vemos um crescente sentimento de descarbonização por parte dos players de E&P e bancos de investimento, com os principais players buscando atingir a neutralidade do carbono. Como resultado, o atual baixo apetite por novas sanções a projetos pode significar que o ‘pico do petróleo’ chegará mais cedo do que pensávamos apenas alguns meses atrás”, concluiu a Rystad, em sua análise.
Conforme o Petronotícias publicou ontem, a indústria petrolífera dos Estados Unidos está enfrentando um colapso sem precedentes e, como a economia global enfrenta sua pior recessão desde a década de 1930, é improvável que a indústria se recupere novamente aos níveis anteriores ao colapso. Essa situação talvez seja a melhor oportunidade para o conselho de administração da Petrobrás avaliar se manter o pensamento do presidente da companhia de vender os seus bons e melhores ativos e se concentrar na exploração e produção, como é a atual estratégia da companhia, é realmente um bom negócio.
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