CONCESSIONÁRIA SERÁ PUNIDA CASO OBRAS NA HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO SEJAM PARALISADAS
A Aneel irá punir a Santo Antônio Energia caso as obras da hidrelétrica de Santo Antônio sejam paralisadas ou se a entrega do empreendimento for atrasada. “Se parar a obra, a concessionária vai responder por isso. Ninguém deseja, quer ou espera que se chegue a esse ponto e o principal interessado em que isso não aconteça é exatamente a concessionária”, disse o diretor-geral da agência, Romeu Rufino, acrescentando que a empresa corre o risco de receber multa, ter a garantia executada, ser desligada do mercado e até perder a concessão.
Rufino disse que a Santo Antônio Energia tem o dever de entregar a usina no prazo estabelecido, até o fim de 2015. Além disso, a empresa tem a obrigação comercial de gerar a energia que vendeu a seus clientes. Se não conseguir produzi-la, deve comprá-la no mercado de curto prazo. O consórcio, que havia informado nesta semana, não ter mais recursos para pagar os gastos, já abriu uma chamada de capital aos sócios de R$ 860 milhões.
Os problemas da usina hidrelétrica de Santo Antônio já começam a atingir as distribuidoras, que vão receber, até a próxima semana, R$ 549,5 milhões para pagar despesas com energia no mercado de curto prazo. Do valor de R$ 1 bilhão que devia pagar, a concessionária depositou R$ 120 milhões como garantia para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A CCEE incluiu a Santo Antônio Energia na lista de inadimplentes do mercado, fazendo com que os contratos fossem cortados e os credores assumissem a dívida.
Dos R$ 860 milhões não pagos, R$ 300 milhões acabaram nas mãos das distribuidoras. Como não possuem caixa próprio para bancar essa despesa, elas vão receber esse dinheiro por meio do empréstimo firmado com um sindicato de bancos e intermediado pelo governo. O restante terá que ser bancado pelos clientes que adquiriram a energia da usina no mercado livre.
Cerca de 10 mil operários trabalham atualmente no canteiro de obras da hidrelétrica. Quando estiver pronta, Santo Antônio terá capacidade de 3,5 mil MW, o que já a caracteriza como uma usina de grande porte. Atualmente, 31 de suas 50 turbinas estão em operação comercial. O consórcio responsável pelas obras é formado por Odebrecht (60%) e Andrade Gutierrez (40%), que também são sócias da concessionária Santo Antônio Energia, que vai explorar a usina pelos próximos 30 anos.
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