CONSELHO DA PETROBRÁS DEU AVAL PARA OBRAS DA RNEST CONTRA INDICAÇÕES DA ÁREA TÉCNICA

O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou a continuidade do projeto de construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, mesmo tendo recebido um parecer contrário da área técnica, que indicou a inviabilidade econômica do empreendimento. Em reunião realizada em dezembro de 2009, os conselheiros, incluindo o ministro da Fazenda, Guido Mantega (foto), que já ocupava o cargo de presidente do conselho, decidiram levar adiante as negociações, para tentar “elevar a rentabilidade do projeto”.

A diretoria executiva da estatal também aprovou a continuidade da construção da refinaria, em reunião no fim de novembro daquele ano. Na época, o diretor de abastecimento era Paulo Roberto Costa, que hoje está preso por acusações de participação em um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

O parecer escrito pela área técnica indicava que a refinaria só era viável economicamente se custasse menos de US$ 10,4 bilhões, sendo que o projeto já estava orçado em US$ 13,4 bilhões na ocasião. A primeira avaliação do custo da refinaria, quando nem o projeto básico havia sido feito ainda, foi anunciada em US$ 2,3 bilhões, e hoje o valor já passou de US$ 18,5 bilhões, sendo que há quase US$ 3 bilhões de aditivos em discussões, o que pode levar ao preço final de US$ 20,1 bilhões.