CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PETROBRÁS APROVOU PAGAMENTO DE R$ 43,7 BILHÕES EM DIVIDENDOS

O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou na tarde de hoje (3) o pagamento de dividendos no valor de R$ 3,3489 por ação preferencial e ordinária em circulação. A operação totalizará R$ 43,7 bilhões. Segundo a estatal, a primeira parcela, no valor de R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária em circulação, será paga em 20 de dezembro. Já a segunda parcela, no valor de R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária, será paga em 19 de janeiro de 2023.

“O dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada”, disse a Petrobrás.

A estatal acrescentou ainda que o pagamento é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural.

Para o Pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Mahatma dos Santos (foto à direita), com o anúncio de pagamento de R$ 43,7 bilhões em dividendos, a empresa bate novo recorde. Assim, a petroleira distribuiu, nos nove primeiros meses de 2022, R$ 179,9 bilhões, cerca de 80% a mais que os R$ 101,4 bilhões distribuídos em todo o ano de 2021. Nem mesmo a queda na produção e comercialização de derivados neste trimestre alterou a estratégia da empresa de priorizar a geração de valor para seus acionistas.

Mais cedo, como noticiamos, a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disseram que acionariam a Justiça contra a Petrobrás, caso o Conselho de Administração da empresa aprovasse o pagamento de dividendos aos acionistas. O presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, destaca que “de forma absurda, a nova política de dividendos da Petrobrás permite pagamentos trimestrais com saque, inclusive, na conta reserva de lucros, o que implica redução do Patrimônio Líquido da empresa, como aconteceu no segundo trimestre do ano”.