CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA PETROBRÁS RECEBE UM ALERTA DOS PETROLEIROS SOBRE PREJUÍZOS COM A VENDA DA RLAM
O Sindipetro-NF notificou hoje (24) os Conselheiros de Administração da Petrobrás que analisam em reunião a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) por preço que o sindicato considera abaixo do mercado. Na notificação, o Sindipetro-NF lembra aos conselheiros da necessidade de cuidado em relação a decisão a ser tomada, que deve respeitar aos interesses da companhia, satisfazer as exigências do bem público e atender à função social da empresa. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também divulgou uma nota em que se diz estarrecida com as informações divulgadas em uma matéria publicada pela Agência Estado, que mostra a pressão da atual Diretoria Executiva da Petrobrás sobre os integrantes do Conselho de Administração para que aprovem a venda da Refinaria. Para a FUP, a “preço de banana”, desde o de fevereiro, quando a empresa anunciou o fechamento do negócio com o Fundo Mubadala, de Abu Dhabi, por US$ 1,65 bilhão. O baixo valor também foi questionado pelo BTG Pactual, pela XP Investimentos e pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Para a FUP, não se justifica a venda a toque de caixas, quando o presidente atual é demissionário e será substituído. O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse que “A venda da RLAM já é por si só um prejuízo claro para a Petrobrás e seus acionistas, não apenas pelo preço de banana pelo qual o negócio foi fechado, mas pelo peso da refinaria no abastecimento da Bahia e do Nordeste e pelos derivados que produz. A planta responde por cerca de 30% de toda produção de óleo bunker de baixo enxofre da Petrobrás, produto que vem sendo muito demandado pelo mercado marítimo global desde janeiro do ano passado. Agora, está claro que a decisão da gestão da empresa de vender a RLAM não se trata só de causar prejuízo à empresa, mas a todo o país. A gestão Castello Branco quer impor ao mercado brasileiro a sua política de preços, quer criar uma política de Estado que favoreça o mercado e prejudique a população, o que é ainda mais absurdo.”
A FUP e seus sindicatos lembram que a Procuradoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou, no fim de fevereiro, que a venda de qualquer refinaria da Petrobrás seja antes avaliada pelo órgão de defesa da concorrência. Além disso, é necessário ressaltar que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) foram questionados pela federação e seus sindicatos sobre o valor e o momento da venda da refinaria e sua infraestrutura associada, como os terminais.
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