CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DECIDIRÁ NA TERÇA-FEIRA SE CASTELLO BRANCO SEGUIRÁ OU NÃO À FRENTE DA PETROBRÁS
O presidente Jair Bolsonaro já se manifestou em sua live ontem (18) mostrando toda sua insatisfação com o comando da Petrobrás. A fala do presidente foi um buzinaço na atuação de Castello Branco no comando da estatal. A empresa está sendo levada para uma direção que parece ser o seu fim em mais alguns anos. Esta se desfazendo de vários importantes ativos e focando apenas na exploração e produção, ao contrário de todas petroleiras internacionais. O mundo todo está indo para o hidrogênio verde como uma das matrizes energéticas limpas. Há um enorme esforço nos investimentos internacionais para crescimento da energia eólica onshore e offshore, solar e nuclear. A Anfavea não tem nenhum estudo sobre o futuro do mercado de carros elétricos no Brasil, mas a Universidade de Stanford, na Califórnia, tem um estudo do Professor e Pesquisador, Doutor em Economia, Tony Seba, que aponta o fim dos ônibus, carros e caminhões a combustão a partir de 2025. Serão apenas 5 anos. Se a Petrobrás continuar apontando apenas para exploração de petróleo, o que será dela a partir de 2025?
O Conselho de Administração da Companhia se reunirá na próxima terça-feira (23) e terá a alternativa de renovar ou não o mandato de Castello Branco por mais dois anos. Mas, para que prolongar esse desgaste todo? Ele já declarou recentemente, para surpresa geral, que não defende os combustíveis fósseis. Aqui, talvez caiba uma pergunta óbvia: Então o que faz comandando uma empresa que tem a sua base exatamente nos combustíveis fósseis? Talvez seja a hora e o momento certo de seguir o exemplo de Graça Foster, Pedro Parente, Aldemir Bendine e Ivan Monteiro. Muito desgaste seria evitado. Basta lembrar que o dono da casa não está gostando da visita. Ela já disse isso claramente.
Aqueles que querem ver o circo pegar fogo, dizem que há risco do conselho de administração renunciar. Mas é bom lembrar que ele é presidido por um Almirante: Eduardo Bacellar Leal Ferreira. Militar não pede demissão. Isso é sinal de fraqueza. Ele cumpre as missões que lhes são confiadas. No caso do Almirante, a lealdade ele traz até no seu sobrenome. Os outros integrantes são João Cox Neto, Rosangela Buzanelli Torres (eleita pelos empregados), Omar Carneiro da Cunha Sobrinho, Marcelo Mesquita de Siqueira Filho, Nivio Ziviani, Rui Flakes Schneider, Rodrigo de Mesquita Pereira, Leonardo Pietro Antonelli (eleito pelos acionistas minoritários) e Paulo Cesar de Souza Filho e o próprio Castello Branco. Uma boa hora para se saber quem será fiel ao que.
Na verdade, a administração de Roberto Castello Branco, vem sendo criticada por muitos, principalmente pelo público interno da empresa, onde não conseguiu angariar simpatia da grande maioria dos funcionários. Os sindicatos dos petroleiros e a própria Federação Única dos Petroleiros, fazem oposição clara à sua política de administração. Ele sequer tem apoio da Associação dos Engenheiros da Empresa e, recentemente, foi criticado duramente pelo Clube de Engenharia e pelo CREA-RJ. O único apoio que recebe é do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que o indicou para o posto.
Como já dissemos, não se trata de política de direita ou esquerda ou de protecionismo, mas de desenvolvimento e sobrevivência das nossas indústrias e de nossos profissionais. O mundo inteiro está protecionista. E a realidade que se abate no Brasil é estarrecedora. São dados oficiais: 14,1 milhões de desempregados; 5,9 milhões de desalentados; 30,3% da população ativa está subutilizada. O país precisando, gritando por empregos e os ouvidos da companhia estão usando EPI. Ele olha para o lado e finge que não vê. De indutora da economia nacional, a Petrobrás passou a usar o dinheiro dos brasileiros para criar empregos aos milhares no exterior. Não custa lembrar que durante a campanha presidencial de 2018, o partido do Presidente Bolsonaro usava esses argumentos contra seus adversários. E agora, por iniciativa da Petrobrás, repete o mesmo roteiro. Usa o dinheiro do contribuinte brasileiro para construir obras fora do país. Isso demonstra um divórcio com o desejo do presidente Bolsonaro. Também por esta razão a sua permanência não contribuiria para manter a paz dentro do governo.
A atual política de paridade internacional nos preços dos combustíveis, é bem verdade, não foi trazida por ele para a companhia, mas pelo ex-presidente Pedro Parente (foto), que deu com os burros n’água pela arrogância e pela prepotência. Castelo, que vai pelo mesmo caminho, embora cambaleante, ainda está de pé. Há quem defenda esta paridade internacional, mas também há quem afirme que ela só traz prejuízos para a população. No caso dos caminhoneiros, isso é claro como cristal. Vamos ver o que acontecerá nas próximas horas. Ou se terá a alternativa de um novo presidente ou se vamos ter a ex-maior empresa da América Latina ainda sendo comandada por uma pessoa que não defende nem os produtos que a empresa que ele dirige produz. E isso por mais dois anos. Quem viver verá.
Todas as previsões inteligentes de matrizes energéticas mundiais colocam o petróleo, carvão e gás com uma participação de mais de 65% por muitas dezenas de anos. A razão é simples. A matriz deverá responder a um consumo dos processos e equipamentos existentes que poderão evoluir lentamente em 20, 40 ou 60 anos. A matriz energética de consumo é rígida: 65% de calor, 30% de força motriz e 5% de usos específicos da eletricidade e diversos. Como não existe a menor possibilidade de satisfazer essa matriz além de 20% com as energias renováveis, a única solução – quando a tese do… Read more »