CONSÓRCIO AEN E BNDES LANÇAM PESQUISA DE MERCADO PARA RECOLHER SUGESTÕES SOBRE MODELO DE NEGÓCIOS DE ANGRA 3
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A retomada das obras de Angra 3 envolve muitas frentes de trabalho. Todas elas estão em movimento atualmente, mirando sempre o objetivo de colocar a usina em operação até o final de 2026. Uma das ações mais recentes nesse sentido está em curso nesta semana. O consórcio Angra Eurobras NES (AEN), em parceria com o BNDES, está enviando uma pesquisa de mercado preliminar para grandes empresas do setor nuclear, com o objetivo de colher sugestões sobre os aspectos técnicos e contratuais relacionados ao processo licitatório e ao contrato EPC da usina. Para lembrar, o consórcio Angra Eurobras NES, formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda. (líder), Tractebel Engineering SA e Empresários Agrupados Internacional, foi escolhido para fazer a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras da planta nuclear.
O Petronotícias teve acesso ao cronograma da pesquisa de mercado que está sendo enviada para as empresas. Os convites para participar dessa sondagem foram enviados aos grupos empresariais internacionais no final da semana passada. As empresas convidadas, por sua vez, devem confirmar a participação na pesquisa até a próxima semana. Ainda na semana que vem deve ser realizada também uma apresentação do consórcio AEN para apresentar mais detalhes. Os grupos que participarão da pesquisa terão até o dia 19 de maio para enviarem seus comentários e sugestões.
Essa sondagem incluirá provedores de serviços nucleares relevantes, com experiência em engenharia, construção, montagem e comissionamento em todo o mundo. A lista inclui empresas de China, EUA, Rússia, França, Japão e Coreia. Considerando o escopo específico do projeto de Angra 3, algumas companhias podem não cumprir todos os requisitos, mas com a formação de consórcios essas empresas poderão reunir todas as exigências necessárias.
O modelo proposto pelo BNDES é que as obras de Angra 3 sejam reiniciadas no modelo de contratação EPC (engenharia, aquisição e construção). Isto é, será escolhida uma construtora que será responsável pela execução da obra em si, além de cuidar de eventuais complementos ao projeto de engenharia. Essa mesma empresa também fará a compra dos materiais e equipamentos necessários à finalização da planta. De acordo com o BNDES, o caso de Angra 3 poderá ter um ou mais contratos de EPC, dependendo das recomendações técnicas a serem feitas pelo consórcio Angra Eurobras NES.
Por mais que seja de conhecimento de mercado, é sempre bom fazer um esclarecimento importante sobre a retomada das obras de Angra 3. O contrato concedido pelo BNDES para o consórcio liderado pela Tractebel diz respeito à estruturação da obra global, ou seja, da construção da usina como um todo. Já o edital para obras civis e a montagem eletromecânica, vencido pelo consórcio liderado pela Ferreira Guedes, diz respeito a uma parte de Angra 3, que será adiantada dentro do escopo do Plano de Aceleração do Caminho Crítico.
Como noticiamos no final de abril, o diretor técnico da Eletronuclear, Ricardo Santos, disse durante o evento Nuclear Summit 2022 que a construção de Angra 3, de 1.405 MW de potência instalada, deve ser reiniciada no mês de agosto. Para lembrar, a retomada começará justamente pela parte de construção civil da usina, dentro do Plano de Aceleração do Caminho Crítico.
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